A Polícia Militar realizou, nesta segunda-feira (15), a operação para desbloquear a rodovia MS-156, nas proximidades da Avenida Guaicurus, no acesso à MS-162, um trecho do Anel Viário de Dourados, em Mato Grosso do Sul. A via estava interditada por manifestantes indígenas desde o domingo (14).
Reivindicações e pedido de diálogo
Os indígenas, que ocupam uma área próxima ao local do bloqueio, haviam informado na sexta-feira (12) que só liberariam totalmente a rodovia após serem ouvidos por representantes oficiais. O diálogo foi solicitado com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF).
A principal reivindicação do grupo é a demarcação de uma área de retomada que fica ao lado do trecho da rodovia que foi bloqueado. No local, residem há aproximadamente nove anos mais de 300 famílias do povo Guarani Kaiowá. Segundo os manifestantes, eles não têm recebido informações claras sobre possíveis negociações ou sobre o andamento do processo de demarcação do território que reivindicam.
Resposta das autoridades e desfecho
Até o momento da ação policial e da publicação desta notícia, o MPF, a Funai e o MPI não se manifestaram publicamente sobre as demandas apresentadas pelos indígenas ou sobre o bloqueio da rodovia.
A operação da Polícia Militar conseguiu restabelecer o tráfego no local, mas as questões de fundo que motivaram o protesto seguem sem uma resolução anunciada. O desbloqueio ocorreu sem maiores conflitos, conforme registrado em imagens da TV Morena.
Contexto e permanência da comunidade
A situação destaca uma disputa territorial de longa data na região. A comunidade Guarani Kaiowá, composta por centenas de famílias, vive na área há cerca de nove anos em um cenário de incerteza quanto aos direitos sobre a terra. A falta de comunicação oficial sobre o processo de demarcação foi o estopim para a medida de interdição da rodovia, uma forma de chamar a atenção para a causa.
O episódio coloca em evidência a necessidade de avanço nas políticas de demarcação de terras indígenas e a importância do diálogo direto entre as comunidades tradicionais e os órgãos federais responsáveis.
