
Imagine uma fila que não é de banco nem de show, mas de gente buscando algo que deveria ser básico: o direito de saber quem é seu pai. Na Bahia, um mutirão tá mudando vidas — e sem cobrar um centavo.
Nessa semana, Salvador virou palco de uma ação que mistura justiça com emoção. De segunda a sexta, das 8h às 17h, o Fórum Ruy Barbosa vira ponto de encontro entre pais e filhos que querem oficializar o que o sangue já diz.
Como funciona na prática?
O esquema é simples, mas poderoso:
- Teste de DNA gratuito (aquela coisinha que resolve brigas de novela em minutos)
- Acompanhamento jurídico de graça
- Processo simplificado — sem burocracia de fazer chorar
"A gente vê de tudo aqui", conta uma assistente social que prefere não se identificar. "Tem homem que chega arrastando o pé e sai abraçado com o filho. Outros descobrem que não são pais biológicos, mas assumem a cria mesmo assim."
Por que isso importa?
Além do óbvio — ninguém merece crescer sem saber de onde veio —, o documento faz diferença na vida real:
- Acesso a herança (quando tem, claro)
- Direito a pensão alimentícia
- Inclusão em planos de saúde
- Até para matricular na escola fica mais fácil
E olha que curioso: segundo os organizadores, quase 30% dos casos são de homens que nem desconfiavam da paternidade. "Muitas mães não registravam por medo ou falta de recursos", explica um defensor público.
Ah, e tem detalhe que faz diferença: quem mora longe da capital pode agendar pelo (71) 9999-9999. Sim, eles atendem no interior também!
No final do dia, o que fica é aquela sensação de dever cumprido. Como disse um senhor de 65 anos que descobriu três filhos adultos: "Agora posso morrer em paz, sabendo que deixei minha marca no mundo". E não é que ele tem razão?