Dez anos depois, movimento retorna mais forte à capital federal
Nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, um milhão de mulheres negras são esperadas em Brasília para a segunda edição da Marcha das Mulheres Negras. O evento marca uma década da primeira mobilização histórica que levou cem mil participantes às ruas da capital federal em 2015.
O Comitê Nacional da Marcha das Mulheres Negras, responsável pela organização, planeja superar significativamente o número de participantes da edição anterior. As caravanas começaram a chegar à Esplanada dos Ministérios a partir das 10h, de onde a caminhada seguiu em direção ao gramado do Congresso Nacional.
Artistas e entidades fortalecem o movimento
O evento conta com o apoio de importantes personalidades negras, incluindo as atrizes Juliana Alves e Camila Pitanga. Além delas, o Fundo Baobá, que há 15 anos trabalha pela equidade racial, também integra as entidades apoiadoras.
Caroline Almeida, gerente de Articulação Social do Baobá, destacou a importância do apoio: "Ao apoiar uma mobilização como essa, contribuímos para que mais mulheres negras estejam conectadas em rede, com mais condições de influenciar políticas públicas, disputar narrativas e ocupar espaços de decisão".
Reivindicações por direitos básicos e reparação histórica
As participantes marcham exigindo moradia, emprego, segurança e uma vida digna. O principal mote do movimento é o direito à mobilidade social, com reivindicações por reparação pelos danos históricos causados pela escravidão.
As mulheres negras destacam que a população negra ainda sofre com menor acesso à cultura, à saúde e a bens materiais, herança direta do período escravocrata.
O hino da marcha ecoa pelas ruas: "Mete marcha, negona, rumo ao infinito. Bote a base, solte o grito! Bem-viver é a nossa potência, é a nossa busca, é reparação!".
Programação integra Semana por Reparação e Bem-Viver
Antes da marcha, às 9h, o Congresso Nacional realizou uma sessão solene em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-Viver no plenário da Câmara.
O evento faz parte da programação da Semana por Reparação e Bem-Viver, realizada de 20 a 26 de novembro na capital federal. A programação inclui debates, atividades e apresentações culturais que exaltam o protagonismo das mulheres negras em todo o país.
O encerramento da marcha será marcado por shows a partir das 16h, com apresentações de Larissa Luz, Luanna Hansen, Ebony, Prethaís, Célia Sampaio e Núbia, representando a diversidade da produção cultural negra no Brasil.