Lula Anuncia Visita à Terra Yanomami e Promete Dignidade para os Povos Originários
Lula vai à Terra Yanomami e promete dignidade indígena

Eis que do Planalto surge um movimento que pode, finalmente, mudar o jogo. Lula não só confirmou sua intenção de pisar novamente na Terra Yanomami – algo que ele mesmo classifica como necessário – mas soltou a frase que todo mundo queria ouvir: é preciso criar condições reais para que os indígenas vivam com dignidade. E não é discurso vago não.

O anúncio veio durante um evento sobre mudanças climáticas, essa segunda-feira. Mas a fala foi direta ao ponto. "É preciso criar condições para que os Yanomami possam viver dignamente, possam pescar, possam caçar, possam plantar", disparou o presidente, com aquele tom que mistura indignação e promessa.

Não é de hoje que a situação lá em Roraima é um verdadeiro pesadelo. Quem acompanha sabe – garimpo ilegal avançando, doenças se alastrando, fome batendo à porta. Uma crise humanitária das grandes, daquelas que envergonham qualquer nação que se diga civilizada.

Não é só visita, é missão

Lula deixou claro que não vai só para aparecer. A ida à Terra Indígena Yanomami tem um objetivo prático: ver de perto a implementação das ações do governo federal. Porque até agora, vamos combinar, o que se vê é muito esforço mas resultados ainda aquém do necessário.

"Eu pretendo ir à Terra Yanomami para ver in loco o que está sendo feito", afirmou. E completou, num tom mais sério: "Porque não é possível que a gente continue convivendo com isso".

O plano por trás das palavras

O governo já tem um plano de ação, mas – cá entre nós – parece que falta fôlego. Desde o ano passado, quando a crise foi declarada, foram enviadas tropas das Forças Armadas, equipes de saúde e cestas básicas. Só que o problema é persistente como erva daninha.

O garimpo ilegal continua sendo o grande vilão. Destrói a floresta, contamina os rios com mercúrio e traz violência para as comunidades. E os yanomamis, que já viviam numa situação frágil, ficam ainda mais vulneráveis.

O que esperar dessa visita?

Além do simbolismo – que não é pouco – a visita presidencial deve servir como um empurrão final nas ações. Lula sabe que os olhos do mundo estão sobre essa questão. Organismos internacionais, artistas, ambientalistas... todo mundo cobrando uma solução definitiva.

Resta saber se as promessas vão se concretizar. Porque no papel, tudo parece lindo. Agora, no chão da floresta, entre os rios poluídos e as comunidades assediadas pelo garimpo, a realidade teima em ser bem mais dura.

Uma coisa é certa: os yanomamis não aguentam mais esperar. E o Brasil também não.