Justiça derruba cotas para pessoas trans na FURG e cancela vestibular exclusivo — entenda o caso
Justiça anula cotas para trans na FURG

Eis que a Justiça resolveu dar um nó na política de inclusão da FURG — e não foi dos pequenos. Numa decisão que tá dando o que falar, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) simplesmente anulou as cotas para pessoas trans na universidade e ainda mandou cancelar o processo seletivo específico que existia desde 2021.

Parece brincadeira, mas é sério: a liminar foi concedida numa ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que alegou — pasme — "ausência de previsão legal" para esse tipo de reserva de vagas.

O que muda agora?

Bom, a FURG tá numa saia justa. A universidade, que era pioneira nesse tipo de política no RS, agora tem que:

  • Imediatamente parar com o vestibular específico
  • Rever todos os editais que mencionam as cotas trans
  • Se virar nos 30 pra se adequar à decisão

E olha que o timing não poderia ser pior — estamos no meio do período de inscrições para o próximo vestibular.

Reações não faltam

Do lado dos movimentos sociais, a revolta é grande. "É um retrocesso absurdo", dispara uma liderança LGBT+ local, que prefere não se identificar. Já o MPF comemora a decisão como uma "vitória da legalidade".

E a FURG? A universidade emitiu uma nota dizendo que "analisa os impactos" e que sempre agiu "dentro do espírito de inclusão". Diplomaticamente correto, mas dá pra sentir o gosto amargo da frustração.

Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta. De um lado, quem defende que "cotas são para negros e indígenas, ponto final". Do outro, quem argumenta que pessoas trans enfrentam barreiras tão ou mais difíceis no acesso à educação.

Uma coisa é certa: o debate sobre quem merece (ou não) políticas afirmativas no Brasil está longe de acabar. E o Rio Grande do Sul acaba de virar o epicentro dessa discussão.