Duas ginastas norte-americanas moveram ações judiciais contra a USA Gymnastics e o US Center for SafeSport, acusando as organizações de encobrirem casos de abuso sexual cometidos por um treinador. A informação foi divulgada pela Associated Press nesta terça-feira (2).
Entidades acusadas de negligência
As atletas alegam que ambas as entidades receberam denúncias sobre comportamentos inadequados e abusivos do técnico Sean Gardner ainda no final de 2017. Segundo os processos, as organizações não tomaram as medidas necessárias para impedir que ele continuasse trabalhando com jovens atletas.
Devido à falta de ação, Gardner, que atuava no estado do Mississippi, conseguiu se mudar para Iowa, onde as duas ginastas que entraram com a ação treinavam. Foi nesse novo local que os abusos teriam ocorrido.
Abusos continuaram após mudança
As jovens relatam que foram vítimas de abusos sexuais, situação que também teria atingido outras meninas. Os processos detalham que as condutas do treinador incluíam beijos e abraços forçados nas atletas.
As ginastas afirmam que fizeram novas denúncias quando os abusos aconteceram em Iowa, mas mesmo assim as entidades não intervieram de forma efetiva para proteger as atletas.
Treinador responde à Justiça por outros crimes
Sean Gardner está preso desde agosto de 2025, aguardando julgamento por produção de pornografia infantil. O julgamento desse caso está marcado para janeiro de 2026.
As ações judiciais movidas pelas ginastas destacam uma falha grave no sistema criado para proteger atletas. O US Center for SafeSport foi estabelecido justamente para prevenir e investigar abusos no movimento olímpico americano, mas as atletas alegam que a organização não cumpriu sua missão fundamental.
Este caso reacende o debate sobre a segurança de atletas jovens nos Estados Unidos e a responsabilidade das entidades esportivas em investigar denúncias e afastar potenciais agressores.
