Ex-cônsul da França na BA vence ação por injúria racial: homem condenado a indenização e pena restritiva
Ex-cônsul francês vence ação por injúria racial na BA

Eis que a Justiça baiana dá mais um passo firme no combate à discriminação racial. Desta vez, o alvo foi um homem que não mediu palavras para ofender o ex-cônsul francês em Salvador - e agora colhe os frutos amargos de seu preconceito.

O caso, que parecia mais um na pilha interminável de processos, ganhou contornos especiais pela condição da vítima: um diplomata estrangeiro que escolheu a Bahia como lar. Imagina só - você deixa seu país para representar outra nação, e acaba sendo vítima do mesmo mal que assola nossa sociedade há séculos.

Os detalhes que chocaram

O tal indivíduo - cujo nome ficou preservado nos autos - desferiu insultos raciais contra o ex-cônsul durante uma discussão que, convenhamos, poderia ter terminado de mil outras formas. Mas não. Ele escolheu o caminho baixo do preconceito.

E olha que a Justiça não brincou em serviço. A sentença saiu pesada: além de ter que pagar uma indenização que dói no bolso (R$ 5 mil, para ser exato), o condenado ainda vai cumprir pena restritiva de direitos. Doze longos meses de prestação de serviços à comunidade e participação obrigatória em palestras educativas.

O peso das palavras

O que muita gente não entende - e talvez o condenado esteja começando a entender agora - é que injúria racial não é "apenas uma ofensa". É a perpetuação de uma violência histórica, um veneno que corrói lentamente o tecido social.

O ex-cônsul, diga-se de passagem, reagiu com a dignidade que poucos teriam. Em vez de revidar com mais ódio, optou pela via legal - e mostrou como a lei pode (e deve) ser instrumento de transformação.

O caso aconteceu lá em 2021, mas só agora chegou a esta conclusão. Justiça tarda, mas não falha - ainda bem.

E tem mais: a pena foi convertida em restritiva de direitos, o que significa que o réu evitará o cárcere, mas terá que encarar de frente as consequências de seus atos. Algo me diz que essas palestras educativas vão doer mais que qualquer tempo na cadeia.

Para quem acha que "são só palavras", fica o aviso: a lei não concorda. E cada vez menos a sociedade também.