
O que parecia ser mais um caso de discriminação racial em ambiente escolar ganhou um capítulo surpreendente nos tribunais. Uma escola particular da Paraíba, que estava no centro de uma tempestade judicial por supostas práticas racistas, acabou sendo inocentada — e a decisão está dando o que falar.
Segundo fontes próximas ao caso, tudo começou quando pais de alunos acionaram o Ministério Público alegando situações constrangedoras dentro da instituição. "Era como se meu filho fosse invisível", relatou uma mãe que preferiu não se identificar, em entrevista coletiva no ano passado.
O outro lado da moeda
Mas a defesa da escola — que nunca negou a existência do conflito — argumentou com unhas e dentes que se tratava de mal-entendidos isolados, não de uma política institucional. E parece que a Justiça comprou essa versão.
O juiz responsável pelo caso destacou em sua decisão que, embora houvesse relatos preocupantes, as provas apresentadas não eram suficientes para caracterizar racismo institucional. "Não estamos dizendo que não houve falhas", ponderou o magistrado, "mas o direito à presunção de inocência prevaleceu".
E agora?
A comunidade escolar está dividida. Enquanto alguns comemoram a absolvição como uma vitória da justiça, outros ainda carregam a sensação amarga de que algo ficou sem solução. "Isso não acaba aqui", prometeu um dos pais que moveu a ação, visivelmente frustrado com o desfecho.
Por outro lado, a direção da escola anunciou medidas preventivas: capacitação de professores, criação de ouvidoria específica e até parcerias com especialistas em diversidade. "Aprendemos muito com todo esse processo", admitiu o diretor, em tom conciliador.
O caso reacendeu debates importantes sobre como identificar e combater o racismo nas escolas — e mostrou como a linha entre conflito pontual e discriminação sistêmica pode ser tênue. Fica a lição: mesmo inocentada, a instituição saiu transformada pelo episódio.