CPI é criada em Pouso Alegre para investigar remoção forçada de moradores de rua — entenda o caso
CPI em Pouso Alegre investiga remoção forçada de moradores de rua

O que era um boato nos bares da Praça Senador José Bento agora virou investigação oficial. Pouso Alegre, aquela cidade mineira que todo mundo acha que só produz café, está no centro de uma polêmica que cheira a descaso e violação de direitos.

A Câmara Municipal aprovou nesta terça (30) a criação de uma CPI — aquelas comissões que sempre rendem bons capítulos de novela política. Dessa vez, o alvo são denúncias de remoções forçadas de pessoas em situação de rua. E olha que o negócio não é simples: tão falando em abordagens truculentas, apreensão de pertences e até sumiços misteriosos.

O que a CPI vai apurar?

Segundo fontes da Casa, a comissão terá 90 dias para:

  • Investigar relatos de ações violentas da guarda municipal
  • Apurar se houve destruição de documentos pessoais
  • Descobrir para onde foram levados alguns moradores de rua

Um vereador que pediu para não ser identificado (medo, sabe como é?) soltou a pérola: "Tá com cara de operação limpa, mas daquelas que varrem a sujeira pra debaixo do tapete". E não é que a frase caiu como uma luva?

Os dois lados da moeda

Enquanto ONGs comemoram a investigação — afinal, é raro esse tipo de caso vir à tona no interior —, a prefeitura soltou uma nota dizendo que "sempre agiu dentro da legalidade". Só que tem um detalhe: três testemunhas já garantiram à Defensoria Pública que viram guardas municipais rasgando cobertores e jogando remédios no lixo.

E tem mais. Um relatório preliminar do Ministério Público já aponta irregularidades em pelo menos cinco operações realizadas entre março e junho deste ano. Coincidência ou não, foi justamente quando a cidade se preparava para receber um evento turístico importante.

O que vai sair dessa CPI? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: Pouso Alegre acabou de virar caso de estudo sobre como (não) tratar os invisíveis da sociedade.