Morte violenta de ativista Williams mobiliza movimentos sociais na Bahia
Ativista do MNU assassinado violentamente na Bahia

Jovem ativista é vítima de morte violenta na região metropolitana de Salvador

A comunidade do Nordeste de Amaralina e movimentos sociais da Bahia estão em estado de choque após o assassinato de Williams Nogueira dos Santos Silva, de 28 anos. O corpo do jovem foi encontrado na última segunda-feira, 17 de novembro de 2025, em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, vítima de uma morte descrita como extremamente violenta.

Trajetória de dedicação à comunidade

Williams era uma figura conhecida e respeitada em sua comunidade. Integrante do Movimento Negro Unificado (MNU), ele atuava em projetos de comunicação comunitária e tinha uma história de engajamento social. Em 2010, ajudou a fundar a Web Rádio SSA, uma experiência que marcou profundamente sua relação com a comunidade e seu interesse pela comunicação popular.

Amigos e familiares contam que Williams se deslocou até Simões Filho para cumprir compromissos religiosos em um terreiro que frequentava. Moradores da região levantaram a hipótese de que o jovem tenha sido atacado ao circular por território dominado por um grupo criminoso rival ao que atua no Nordeste de Amaralina, bairro onde cresceu e desenvolveu seu trabalho.

Movimentos sociais exigem respostas

A notícia da morte de Williams mobilizou rapidamente coletivos do movimento negro, que passaram a exigir esclarecimentos imediatos das autoridades. O MNU se manifestou publicamente, afirmando que o ativista foi alvo de sequestro e tortura antes de ser morto, e cobrou que o caso seja tratado como prioridade pelas forças de segurança.

Em meio à comoção, a Polícia Civil informou que já trabalha com indícios sobre a autoria do crime, mas mantém os detalhes em sigilo. A corporação não confirmou a linha de investigação que aponta para conflito entre facções criminosas, como sugerido por moradores.

Repercussão e homenagens

Nas redes sociais, páginas comunitárias lamentaram profundamente a morte do jovem ativista. O coletivo Nordeste Sou escreveu em sua página: "Uma vida inteira dedicada à cultura e à comunicação não poderia terminar dessa forma", traduzindo a consternação de moradores e amigos que acompanhavam de perto seu trabalho.

A Secretaria de Turismo do Estado da Bahia confirmou que Williams prestava serviços à pasta por meio de uma empresa terceirizada, mas não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido por não se tratar de um episódio relacionado às suas atividades profissionais.

O caso reacendeu debates sobre violência, segurança pública e a vulnerabilidade de jovens negros nas periferias brasileiras, enquanto familiares e amigos aguardam por justiça.