Uma análise detalhada do mercado imobiliário de Curitiba revelou quais são os bairros que concentram os imóveis mais valorizados na capital paranaense. O estudo realizado pela Loft, empresa especializada em soluções para imobiliárias, identificou padrões distintos entre propriedades de grande metragem e unidades compactas.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa examinou 15 mil anúncios ativos entre agosto e outubro de 2025, coletados das cinco principais plataformas digitais do setor. Para garantir a representatividade dos dados, foram considerados apenas bairros com pelo menos 20 anúncios publicados durante o período analisado.
Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft, explica que a abordagem permitiu mapear com precisão as tendências de valorização em diferentes segmentos do mercado curitibano. "O levantamento oferece um retrato atualizado do comportamento dos preços por metro quadrado em diversas regiões da cidade", afirma o especialista.
Imóveis premium: tradição e espaço
No segmento de imóveis acima de 125 metros quadrados, os bairros Batel e Mossunguê emergiram como os mais valorizados. O Batel lidera com um tíquete médio impressionante de R$ 3.949.265,00, equivalente a R$ 15.317,00 por metro quadrado, com propriedades que possuem em média 258 m².
Mossunguê ocupa a segunda posição, com valor médio de R$ 3.509.356,00 e preço do m² em R$ 14.045,00 para imóveis de 250 m² em média. O ranking dos dez bairros mais valorizados para imóveis grandes inclui ainda:
- Campo Comprido: R$ 3.454.343,00 (R$ 12.838,00/m²)
- Bigorrilho: R$ 3.238.794,00 (R$ 15.395,00/m²)
- Cabral: R$ 3.004.778,00 (R$ 13.920,00/m²)
- São João: R$ 2.976.167,00 (R$ 8.268,00/m²)
- Campina do Siqueira: R$ 2.961.292,00 (R$ 13.137,00/m²)
- Botiatuvinha: R$ 2.927.936,00 (R$ 8.161,00/m²)
- Seminário: R$ 2.856.318,00 (R$ 11.410,00/m²)
- Vista Alegre: R$ 2.630.690,00 (R$ 7.907,00/m²)
Mercado de studios: nicho em desenvolvimento
No extremo oposto, o estudo analisou o comportamento dos studios - unidades compactas de até 30 metros quadrados. Diferente do mercado de imóveis grandes, apenas cinco bairros atingiram o critério mínimo de 20 anúncios necessários para inclusão na pesquisa.
Alto da Rua XV lidera este segmento com tíquete médio de R$ 325.338,00, representando R$ 12.776,00 por metro quadrado para unidades de 25 m² em média. Bacacheri aparece em segundo lugar, com valores médios de R$ 314.604,00 e preço de R$ 12.570,00/m².
Os demais bairros com studios mais valorizados são Boa Vista (R$ 286.232,00), Tinguí (R$ 267.305,00) e Cajuru (R$ 212.902,00). A pesquisa revela que, enquanto o mercado de imóveis grandes apresenta padrões consolidados, o segmento de studios ainda está em fase de maturação em Curitiba.
Análise do especialista
Para Takahashi, os resultados refletem dinâmicas distintas do mercado imobiliário curitibano. "No recorte dos imóveis maiores, Curitiba apresenta padrões muito consolidados de alto valor, especialmente em bairros tradicionais, arborizados e com imóveis de metragem generosa", analisa.
O gerente de dados destaca que a reduzida presença de anúncios de studios indica um mercado ainda incipiente na cidade, especialmente quando comparado com outras capitais das regiões Sul e Sudeste. "Mesmo assim, os bairros mais valorizados seguem a lógica de boa localização e acessibilidade, fatores que impulsionam o preço por metro quadrado", complementa.
Takahashi projeta crescimento para o segmento de unidades compactas, impulsionado pela verticalização e diversificação dos perfis de demanda. "Há bolsões consolidados no alto padrão, enquanto o segmento compacto tende a crescer conforme avança a verticalização e se diversificam os perfis de demanda", conclui o especialista.
O estudo da Loft oferece um panorama valioso para investidores, corretores e interessados no mercado imobiliário de Curitiba, destacando tanto a solidez do segmento premium quanto as oportunidades emergentes no mercado de unidades compactas.
