
Era para ser mais um dia comum de viagem, mas se transformou num pesadelo que ela dificilmente vai esquecer. A equatoriana Juliana Estrada, de 30 anos, ainda sente no corpo as marcas de uma abordagem que classifica como "excessivamente violenta" por parte de um agente de imigração americano.
O incidente aconteceu no aeroporto de Houston, Texas, e foi tão brutal que deixou a mulher literalmente tremendo de medo. "Ele me pegou com uma força desumana e simplesmente me arremessou contra o chão", relata Juliana, a voz ainda embargada pela lembrança traumática. "Fiquei apavorada, sem entender o motivo de tanta agressividade."
O momento do desespero
Testemunhas do ocorrido confirmam a versão da imigrante. Um passageiro que preferiu não se identificar contou que o agente "agiu com uma raiva desproporcional" contra uma mulher que não oferecia risco algum. Outra pessoa chegou a gravar parte da cena, mostrando Juliana no chão, visivelmente assustada e confusa.
O que mais choca nessa história toda é que, pelo que se apurou, a discussão começou por uma questão burocrática besta - algo sobre a validade de um documento. De repente, a situação escalou para algo completamente fora de controle. Como é que uma simples verificação de papel vira motivo para esse tipo de violência?
As consequências físicas e emocionais
Além do susto que qualquer um levaria numa situação dessas, Juliana sofreu ferimentos leves, mas dolorosos. Hematomas no braço e no quadril, além de uma dor nas costas que persiste até hoje. Mas são as marcas emocionais que preocupam mais.
"Não consigo mais ver um uniforme de autoridade sem ficar nervosa", confessa ela. "Até para ir ao mercado fico ansiosa. Parece que qualquer pessoa fardada pode me agredir a qualquer momento."
E aí, vai ficar por isso mesmo?
O Departamento de Imigração americano, quando questionado sobre o caso, limitou-se a dizer que "todos os protocolos foram seguidos". Protocolos? Sério? Jogar uma mulher no chão por causa de uma discussão sobre documentos é protocolo agora?
Organizações de direitos humanos já se manifestaram, classificando o episódio como "mais um exemplo do tratamento desumano que muitos imigrantes recebem nas fronteiras americanas". E não é de hoje que se fala nisso, né? Quantos casos iguais a esse já vimos nos últimos anos?
Enquanto isso, Juliana tenta reconstruir sua vida e superar o trauma. Ela conseguiu entrar nos EUA - ironicamente, depois de toda essa confusão - mas carrega consigo a lembrança amarga de como foi recebida no país. "Só quero que ninguém mais passe por isso", diz, com uma resignação que dói no peito.
O caso serve como alerta - ou deveria servir - sobre a necessidade urgente de mais humanidade no tratamento de pessoas que, como ela, só buscam uma chance de recomeçar longe de casa.