Meta de US$ 30 mil batida para defender brasileira presa nos EUA
Brasileira presa nos EUA tem meta de defesa batida

Campanha supera expectativas e arrecada mais de US$ 35 mil

A mobilização para ajudar Bruna Caroline Ferreira, brasileira detida por agentes de imigração nos Estados Unidos, alcançou resultado expressivo. A campanha de arrecadação organizada pela família ultrapassou a meta inicial de US$ 30 mil, equivalente a aproximadamente R$ 160 mil, e já soma mais de US$ 35 mil em contribuições.

A iniciativa, hospedada na plataforma GoFundMe, é gerenciada por Graziela, irmã de Bruna. Ela explica que os recursos serão usados para pagar honorários advocatícios e cobrir despesas necessárias para garantir que a brasileira tenha "a melhor chance possível de voltar para casa a tempo das festas de fim de ano".

Família celebra apoio em meio à crise

Graziela manifestou gratidão pelo apoio recebido tanto de conhecidos quanto de desconhecidos. "Esta época de festas traz muitas emoções, mas escolhemos nos concentrar nas bênçãos - e cada um de vocês são uma delas", declarou em mensagem na página da campanha.

A meta foi batida na quinta-feira, 27 de novembro, coincidindo com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. A arrecadação contou com pelo menos 657 doações, sendo a maior contribuição de US$ 5.000 (cerca de R$ 26,7 mil), feita por uma pessoa que preferiu manter o anonimato.

Histórico de imigração e situação atual

Segundo informações da família, Bruna chegou aos Estados Unidos ainda criança, em 1998, acompanhada dos pais. Graziela afirma que a irmã "sempre manteve seu status legal, cumpriu todas as exigências e nunca deixou de fazer o que é certo".

O advogado da família revelou que Bruna havia se inscrito no programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), iniciativa que oferece proteção contra deportação e permissão de trabalho para imigrantes trazidos para os EUA durante a infância.

No entanto, as autoridades americanas apresentam versão diferente. Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna classificou Bruna como "imigrante criminosa ilegal" que já teria sido presa anteriormente por agressão e não teria visto válido desde 1999.

Detenção e conexão familiar

Bruna foi detida no início de novembro próximo a Boston, quando ia buscar o filho. A brasileira mantém relação familiar com Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa e porta-voz da Casa Branca, sendo mãe do sobrinho de 11 anos da autoridade governamental.

Segundo o advogado de Bruna, Todd Pomerleau, ela e Michael Leavitt, irmão de Karine, foram noivos e atualmente dividiam a guarda do menino. Michael admitiu à imprensa local que a situação é difícil para a criança, que não fala com a mãe desde a detenção.

Fontes próximas revelaram que o menino de 11 anos vive com o pai desde que nasceu, e que Karine Leavitt e Bruna não mantêm contato há muitos anos. Procurada pela imprensa, a secretária de Trump preferiu não se pronunciar sobre o caso.

Disputa legal e futuro incerto

Atualmente, Bruna está detida no Centro de Processamento do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos) no estado da Louisiana, aguardando deportação. Seu advogado, Todd Pomerleau, nega veementemente qualquer histórico criminal da cliente.

Em entrevista à ABC News, Pomerleau desafiou as acusações: "Bruna nunca respondeu por nenhum crime e pedimos ao ICE que prove essas alegações". A defesa sustenta que a brasileira estava em processo de obtenção do green card e vivia sob as regras do DACA.

O programa DACA tem sido alvo constante de críticas do presidente Donald Trump desde seu primeiro mandato. Tricia McLaughlin, secretária-assistente de Segurança Interna, chegou a declarar publicamente que o mecanismo não protege os beneficiários de deportações.

Enquanto a batalha legal se desenrola, a família mantém a esperança de que os recursos arrecadados possam reverter a situação e garantir o retorno de Bruna para casa antes do Natal.