Brasileira vive drama familiar após detenção pelo ICE
Bruna Caroline Ferreira, uma brasileira de 33 anos que reside nos Estados Unidos há 27, enfrenta atualmente uma batalha judicial para evitar ser deportada e separada de seu filho de 11 anos. A situação ganhou contornos dramáticos quando foi revelado que o pai da criança é irmão de Karoline Leavitt, secretária de imprensa do governo Donald Trump.
Detenção e consequências familiares
Bruna foi presa pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) no dia 12 de novembro e está detida na Louisiana, a mais de 2 mil quilômetros de sua casa em New Hampshire. Segundo seu advogado, Todd C. Pomerleau, o filho de Bruna, Michael Leavitt Junior, que possui cidadania americana, está agora sob os cuidados do pai e não tem tido contato com a mãe.
A brasileira também está sem comunicação direta com sua própria mãe, que mora nos Estados Unidos, mantendo contato apenas por telefone. O julgamento que pode resultar em sua deportação ainda não tem data marcada, criando um limbo jurídico e emocional para a família.
Contexto imigratório e controvérsias
O caso apresenta nuances complexas no que diz respeito à situação imigratória de Bruna. Ela possui status legal através do programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), mas o ICE alega que seu visto de turista está expirado desde 1999.
O advogado Pomerleau defende que a detenção foi "desnecessária e injustificável", especialmente considerando que seu processo de imigração estava aproximadamente 75% concluído, com toda a papelagem já enviada e aguardando apenas perguntas e aprovação final.
O ICE, por sua vez, afirma que Bruna tem antecedentes criminais, incluindo uma prisão por agressão - informação que é contestada veementemente por seu advogado.
Impacto familiar e perspectivas futuras
Pomerleau argumenta que Bruna tem diferentes caminhos disponíveis para obter o green card e que poderia consegui-lo em quatro a seis meses, seguido de um pedido de cidadania. Ele ressalta que a brasileira tem fortes vínculos familiares nos Estados Unidos, incluindo um filho menor cidadão americano e uma mãe com green card, fatores que deveriam pesar a seu favor.
Enquanto isso, Michael Leavitt, pai da criança, declarou em entrevista à rádio WBUR que sua única preocupação é a segurança e o bem-estar do menino. Tanto Karoline Leavitt quanto a Casa Branca se recusaram a comentar o caso.
O advogado alerta que o processo de deportação pode ser acelerado pelo governo, que teria interesse econômico em reduzir o tempo que os detentos permanecem sob custódia do ICE.