Com os preços dos carros zero quilômetro atingindo patamares em torno de R$ 80 mil para os modelos mais básicos, muitos brasileiros estão se questionando sobre a melhor opção: investir em um veículo novo pouco equipado ou optar por um usado com mais conforto e tecnologia.
Os três pilares fundamentais para a decisão
No episódio 319 do podcast Educação Financeira, o especialista Murilo Briganti, sócio da Bright Consulting, esclarece que a resposta não é única e depende do perfil de cada comprador. Segundo ele, a escolha deve ser baseada em três pilares essenciais: procedência, conservação e custo total do veículo.
Murilo Briganti enfatiza que entender a procedência do carro é o primeiro passo crucial. Isso inclui verificar o histórico de uso, número de proprietários anteriores, registros de sinistros e a regularidade documental. O especialista faz uma analogia importante: "RENAVAM, chassi e motor são o 'CPF' do veículo".
Conservação e custo total: fatores decisivos
Além da procedência, a conservação e o custo total são igualmente importantes na equação. Um carro zero quilômetro oferece previsibilidade através de garantia de fábrica, revisões programadas e menos surpresas técnicas. Já um veículo usado pode exigir revisão inicial imediata, troca de peças e, em alguns casos, até seguro mais caro.
Para fazer uma comparação justa entre as duas opções, Murilo recomenda projetar um ciclo de 2 a 3 anos, somando todos os custos envolvidos: preço de compra, combustível, IPVA, seguros, manutenção e depreciação. Somente assim é possível visualizar qual alternativa se encaixa melhor no orçamento disponível.
Sinais de alerta que devem impedir a compra
O especialista alerta sobre alguns sinais que devem servir como bandeira vermelha para qualquer comprador: histórico confuso de proprietários, quilometragem incompatível com o desgaste visível do veículo, pinturas e soldagens recentes, e qualquer resistência do vendedor em mostrar documentos.
Para quem não possui conhecimento técnico sobre automóveis, a recomendação é preferir comprar em revendas ou concessionárias que oferecem respaldo jurídico. Já quem aceita assumir mais riscos e faz um checklist rigoroso pode economizar adquirindo de particulares, desde que contrate vistoria especializada quando necessário.
No final das contas, não existe uma resposta universal. A escolha deve considerar o orçamento disponível e o momento de vida de cada pessoa. Se a prioridade é previsibilidade e tranquilidade, um 0 km básico tende a ser mais adequado. Se o conforto e conteúdo são mais importantes, um usado equipado pode ser a solção ideal, desde que a procedência e conservação estejam devidamente comprovadas.
