O estado de Santa Catarina mais uma vez se coloca no mapa das grandes fortunas mundiais, desta vez pelo perfil jovem de suas representantes. Duas das bilionárias mais novas do planeta têm fortes ligações com o território catarinense: Luana Lopes Lara, de 29 anos, que construiu seu império do zero, e Lívia Voigt, de 21 anos, herdeira do gigante industrial WEG.
Da sapatilha ao topo das finanças: a trajetória self-made
Luana Lopes Lara foi recentemente apontada pela revista Forbes como a bilionária "self-made" mais jovem do mundo. Este título é concedido a quem construiu sua fortuna sem herdar riqueza familiar. Aos 29 anos, sua história é marcada por uma notável diversidade de talentos.
Nascida em Santa Catarina, Luana foi bailarina do renomado Balé Bolshoi em Joinville. Mesmo durante a intensa rotina da dança, ela demonstrou brilhantismo acadêmico, sendo aprovada em vestibulares de universidades de elite como Harvard, Stanford, Yale e UFRJ. Optou por cursar engenharia no prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde conheceu seu futuro sócio, Tarek Mansour.
Antes de empreender, ela acumulou experiência em gigantes do mercado financeiro, como Bridgewater e Citadel. Em 2018, ao lado de Mansour, fundou a Kalshi, uma plataforma que permite aos usuários apostar no resultado de eventos futuros, como eleições, competições esportivas e fenômenos da cultura pop.
A valorização da Kalshi, hoje avaliada em cerca de US$ 11 bilhões (R$ 58,6 bilhões), fez com que Luana superasse a norte-americana Lucy Guo e conquistasse o título de bilionária self-made mais jovem. Sua trajetória também é pontuada por conquistas em olimpíadas do conhecimento, com medalhas de ouro em Astronomia e bronze em Matemática a nível estadual.
A "fábrica de bilionários" catarinense e suas herdeiras
Enquanto Luana trilhou um caminho próprio, Santa Catarina também é berço de fortunas familiares consolidadas. A WEG, empresa de equipamentos elétricos com sede em Jaraguá do Sul, é frequentemente chamada de "fábrica de bilionários" devido à concentração de ações nas mãos das famílias fundadoras.
Segundo a Forbes, sete herdeiros da WEG estão entre os dez bilionários mais jovens do Brasil, somando juntos um patrimônio impressionante de R$ 27,6 bilhões. Deste grupo, destacam-se as mais jovens: Lívia Voigt e Amelie Voigt Trejes, ambas com 21 anos.
Moradora de Florianópolis, Lívia Voigt foi considerada a bilionária mais jovem do mundo em 2024, com um patrimônio estimado em R$ 6,6 bilhões. Em 2025, o título mundial passou para o alemão Johannes von Baumbach, de 19 anos, mas Lívia mantém sua posição de destaque entre as mais jovens do Brasil.
O destaque de Santa Catarina no cenário econômico
A presença simultânea desses dois perfis de bilionárias – a empreendedora self-made e a herdeira de um império industrial – coloca Santa Catarina em evidência no cenário econômico nacional e internacional. O estado demonstra sua capacidade de gerar tanto riqueza construída através de inovação e tecnologia quanto de abrigar e perpetuar grandes patrimônios industriais.
O caso da WEG é particularmente emblemático, mostrando como uma empresa familiar catarinense, focada em equipamentos elétricos, motores e automação, conseguiu criar uma legião de jovens bilionários, contribuindo significativamente para a concentração de jovens grandes fortunas no país.
As histórias de Luana Lopes Lara e Lívia Voigt, cada uma à sua maneira, ilustram diferentes vias para o topo da lista das pessoas mais ricas do mundo, tendo como ponto em comum suas raízes no estado de Santa Catarina.