
Era só mais um domingo qualquer na casa de Dona Maria — até que o cheiro irresistível da linguiça caseira acabou virando um negócio da China. Literalmente. O que começou como uma tradição de família, aquela receita que passa de geração em geração, hoje é a cereja do bolo do orçamento do casal em Roraima.
"A gente nem pensava em vender, sabe?" — conta José, enquanto mexe o tempero com um jeito que só quem cresceu na roça tem. "Mas aí os vizinhos começaram a pedir, depois os amigos dos vizinhos... Quando vimos, tínhamos uma clientela fixa!"
Do fogão a lenha para a mesa dos roraimenses
O segredo? Bom, aí já é pedir demais — mas dá pra adivinhar pelo cheiro que invade o bairro toda sexta-feira. Uma pitada disso, um toque daquilo... E claro, aquele cuidado que só quem faz por amor consegue ter.
- Carne selecionada — nada de sobras
- Temperos frescos — colhidos no quintal
- Paciência — muita paciência
"Não tem como copiar", riem os dois, quando perguntados sobre concorrência. E de fato: enquanto alguns tentam imitar a receita, ninguém acerta aquele sabor que lembra infância na casa da avó.
O pulo do gato (ou melhor, da linguiça)
O que era pra ser uma rendinha extra acabou virando quase um segundo salário. Sem alarde, sem firula — só trabalho honesto e qualidade que fala por si. "Às vezes a gente fica até de madrugada preparando", conta Maria, enquanto embala os últimos pedidos do dia.
E o futuro? Bem, os planos são modestos, como tudo na vida deles: "Quem sabe um dia a gente abre uma lojinha", sonha José, antes de ser interrompido pelo apito da panela — sinal de que mais um lote está pronto para conquistar paladares.