COP30 impulsiona empreendedores amazônicos com R$ 1,5 milhão em vendas
COP30: Pequenos negócios amazônicos faturam R$ 1,5 milhão

A COP30 transformou-se em uma oportunidade histórica para pequenos empreendedores da região amazônica mostrarem seu potencial no mercado global. O evento, realizado em Belém, não apenas discutiu mudanças climáticas, mas também impulsionou economicamente negócios locais que combinam tradição ancestral com sustentabilidade.

Preparação e resultados extraordinários

Meses antes da conferência climática, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Pará iniciou um trabalho intensivo de capacitação. Foram oferecidos diversos cursos profissionalizantes focados em produção sustentável, preparando os empreendedores para atender à demanda internacional sem abandonar suas raízes amazônicas.

O investimento em qualificação mostrou resultados concretos: durante as duas semanas do evento, os pequenos negócios alcançaram a marca impressionante de R$ 1,5 milhão em vendas apenas no mercado temporário montado na Zona Verde da COP30, espaço dedicado à sociedade civil.

Legado permanente para a bioeconomia

O sucesso não terminou com o encerramento oficial da conferência. Graças a uma parceria entre o Sebrae e o Mercado Livre, os empreendedores ganharam um canal de e-commerce permanente chamado Brasil BioMarket.

Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará, não escondeu seu entusiasmo: "Essa COP superou nossas expectativas. Pela primeira vez, o evento teve uma área de empreendedorismo que reuniu trilhas de conteúdo, demonstrações tecnológicas e iniciativas voltadas à transição energética e economia verde".

Alcance global e diversidade

O espaço de empreendedorismo recebeu 56 mil visitantes de diversos países, comprovando o interesse internacional pelos produtos da bioeconomia amazônica. O aplicativo desenvolvido para a programação registrou 36 mil downloads em dispositivos de países como Zimbábue, Rússia, Tailândia, Qatar, Alemanha e Singapura.

"As pessoas não só conheceram o que os empreendedores da região amazônica têm de melhor, como puderam levar para casa produtos da nossa bioeconomia, que respeitam a natureza, a floresta e que carregam um pouco das nossas tradições ancestrais", destacou Magno.

Celebração da cultura marajoara

O encerramento das atividades na En-Zone foi marcado pelo desfile de moda "Biomas em Movimento", um espetáculo que uniu sustentabilidade, identidade cultural e inclusão. Estilistas e costureiras da Ilha de Marajó apresentaram 85 looks inspirados na natureza e no artesanato marajoara.

O desfile contou com 50 modelos que representavam a diversidade brasileira: profissionais, ativistas indígenas, modelos plus size e trans dividiram o mesmo espaço, enquanto os Tambores do Pacoval, grupo de carimbó de Soure, no Pará, proporcionavam o ritmo para essa celebração criativa e inclusiva.

O sucesso da iniciativa demonstra que é possível conciliar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e valorização cultural, abrindo caminho para um novo modelo de negócios que honra as tradições enquanto conquista o mundo.