Protesto sindical bloqueia heliporto no RJ e atrasa 18 voos para plataformas
Protesto bloqueia heliporto e atrasa voos para plataformas

Um protesto organizado por sindicatos de petroleiros bloqueou o acesso ao heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, na região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (4). A ação resultou no atraso de pelo menos 18 voos com destino às plataformas da Bacia de Campos, um dos principais polos de produção de petróleo do país.

Detalhes da paralisação e impactos

Os manifestantes fecharam a entrada do heliporto entre 5h30 e 9h, impedindo a operação normal dos voos de transporte de trabalhadores. Segundo a administração do local, as atividades foram normalizadas logo após o fim do protesto. A manifestação foi uma iniciativa conjunta dos sindicatos dos Petroleiros do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, do Norte Fluminense e do Litoral Paulista.

As entidades sindicais acusam a Petrobras de realizar "desimplante", uma prática de retirada unilateral de trabalhadores das plataformas. De acordo com os sindicatos, essa medida tem causado mudanças forçadas em escalas de trabalho, banco de horas e períodos de folga dos funcionários.

Reivindicações e ameaça de greve

O protesto ocorre no contexto da campanha salarial da categoria, que apresenta uma série de demandas. Entre as principais reivindicações estão:

  • Implementação de vale-alimentação para os trabalhadores que embarcam;
  • Fornecimento de hospedagem no dia do embarque;
  • Manutenção de técnicos de enfermagem a bordo das plataformas;
  • Permanência das equipes em plataformas que estão prestes a serem desativadas.

Além das questões relacionadas diretamente à Petrobras, os sindicatos também denunciam problemas com empresas terceirizadas, incluindo atrasos no pagamento de salários, falta de plano de saúde, férias não remuneradas e falhas no recolhimento do FGTS.

Durante a manifestação, Sérgio Borges, coordenador do Sindipetro Norte Fluminense, fez um apelo por valorização e respeito por parte da estatal. As entidades alertaram que, caso não haja uma nova proposta da Petrobras, uma greve por tempo indeterminado pode ter início no próximo dia 15.

Posicionamento da Petrobras

O portal g1 tentou contato com a Petrobras para obter um posicionamento sobre as acusações feitas pelos sindicatos e sobre o protesto que interrompeu as operações no heliporto. No entanto, até a última atualização desta reportagem, a empresa não havia se manifestado sobre o ocorrido.

A situação coloca em evidência as tensões nas relações trabalhistas no setor de petróleo e gás, com potencial para novas paralisações que podem afetar a produção na Bacia de Campos, uma área estratégica para a economia nacional.