Metalúrgicos da Embraer encerram greve histórica em São José após acordo que garante reajuste salarial
Metalúrgicos da Embraer encerram greve após acordo salarial

Era uma situação que parecia não ter fim à vista — mas eis que a corda esticou, esticou, e não arrebentou. Depois de quase duas semanas com as ferramentas encostadas, os metalúrgicos da Embraer em São José dos Campos decidiram, nesta quinta-feira, suspender a greve que mantinha a produção da gigante aeronáutica parada. Não foi por pouco, hein? Doze dias de braço cruzado, pressão de ambos os lados e muito, muito debate.

O que fez a chave virar? Uma proposta — finalmente — decente da empresa. A base de tudo: um reajuste salarial de 7,5%, que será aplicado de forma retroativa a maio deste ano. Mas calma, não foi só isso. A negociação incluiu também um abono de R$ 3 mil, dividido em duas parcelas. Uma delas já cai na conta em outubro; a outra só em março do ano que vem.

O que mais veio no pacote?

Ah, os detalhes. Sempre os detalhes. Quem trabalha no chão de fábrica sabe que o diabo mora neles. Desta vez, porém, o acordo trouxe cláusulas que valem a pena ser comemoradas. Olha só:

  • Vale-alimentação sobe para R$ 950, um aumento que, convenhamos, faz diferença no fim do mês.
  • Plano de saúde segue firme e forte, sem cortes ou aumentos de coparticipação — um alívio e tanto para as famílias.
  • E tem mais: um auxílio-creche de R$ 600 para quem tem filhos de até 6 anos. Coisa que, convenhamos, deveria ser padrão, mas ainda é raridade por aí.

Nada mal, não é? A votação que encerrou o movimento aconteceu de manhã, e a adesão foi expressiva. A maioria dos trabalhadores deu o aval — afinal, depois de quase quinze dias sem produzir, o cansaço já batia na porta, e a incerteza também.

E o que diz o sindicato?

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos — aquela turma que não larga o osso — emitiu uma nota ressaltando que a categoria "conquistou importantes avanços" após uma greve que classificaram como "necessária e legítima". E de fato foi. A mensagem é clara: quando a base se une, a mesa treme.

Do outro lado, a Embraer — que nunca é muito de fazer alarde — confirmou a normalização das atividades e reafirmou seu "compromisso com o diálogo". Fala sério, né? Todo mundo sabe que diálogo de verdade só acontece quando a pressão aperta.

Com o fim da paralisação, a expectativa é que a produção retome seu ritmo normal ainda esta semana. E não é pouco: estamos falando de uma das maiores empregadoras da região, com impacto direto na economia do Vale do Paraíba — para não dizer no país inteiro.

No fim das contas, ficou a lição de sempre: greve não é capricho, é instrumento. E quando usado com estratégia, traz resultado. Duro? Muito. Mas, pelo visto, valeu a pena.