
Pois é, meus amigos, o mundo do home office não é mais aquele mar de rosas que pintavam no começo da pandemia. O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, acabou de dar um exemplo que deixou muita gente de cabelo em pé. Demitiu um bocado de funcionários – e o motivo? Dados coletados por um software de vigilância que monitorava a produtividade no trabalho remoto.
Não foi nada discreto. A ferramenta, um tal de Time to Know, basicamente virava um Big Brother dentro do computador de cada um. Capturava tela, contabilizava cada clique do mouse e cada tecla pressionada. Até mesmo… pasmem… o tempo de inatividade. Imagine só ter que explicar pro seu chefe por que você ficou cinco minutos sem digitar? Um absurdo!
O que realmente aconteceu no Itaú?
A justificativa do banco, claro, veem embrulhada em um papel bonito de "busca por eficiência". Eles alegam que as demissões foram parte de um movimento mais amplo para cortar custos e realinhar a operação. Mas todo mundo sabe – é só conectar os pontos – que os dados do software foram a peça-chave para identificar quem cairia no corte.
O pior de tudo? A forma como foi feito. Muitos funcionários nem sabiam que estavam sendo monitorados de forma tão… intrusiva. Isso levanta uma questão gigantesca: até onde as empresas podem ir na vigilância de seus colaboradores?
O dilema ético (e jurídico) da vigilância digital
Especialistas em direito trabalhista já estão com as antenas ligadas. A gente se pergunta: será que esse tipo de monitoramento cruzou a linha da legalidade? Afinal, será que a produtividade se mede apenas por cliques e teclas? E a criatividade, o pensamento estratégico, aquele tempo de pausa necessário para ter uma ideia genial?
Parece que o Itaú, nessa ânsia por números, esqueceu que trabalha com pessoas. E pessoas não são robôs. A gente tem dias bons e ruins, precisa levantar para tomar um café, às vezes fica encarando a tela pensando na vida. Isso é ser humano, caramba!
E aí, isso é o futuro do trabalho?
O caso do Itaú não é isolado. É a ponta de um iceberg. Empresas pelo mundo todo estão investindo pesado em ferramentas de monitoramento remoto. O que me preocupa é o caminho que estamos tomando. Será que vamos voltar à era do "controlador de ponto", só que digital e mil vezes mais assustador?
O equilíbrio é frágil. De um lado, a empresa precisa garantir que o trabalho está sendo feito. Do outro, o funcionário tem direito à privacidade e a não ser tratado como um número em uma planilha. Encontrar um meio-termo é o grande desafio dos próximos anos.
Uma coisa é certa: o caso do Itaú acendeu um alerta vermelho para todos nós. Está na hora de conversarmos abertamente sobre os limites da vigilância corporativa. Antes que seja tarde demais.