
Eis que o home office, que parecia ser a maravilha do mundo corporativo pós-pandemia, mostra suas garras. O Itáu Unibanco, um dos maiores bancos do país, acabou de demitir aproximadamente mil funcionários — e a razão deixou muita gente com a pulga atrás da orelha.
O que aconteceu? Bem, a instituição financeira implementou um sistema de monitoramento de produtividade durante o regime de teletrabalho. Não foi algo discreto, não. Eles basicamente colocaram uma lupa sobre o que cada um estava produzindo — ou deixando de produzir — no conforto do seu lar.
O monitoramento que virou caso de demissão
Parece coisa de filme de ficção científica, mas é pura realidade corporativa. O banco desenvolveu métricas específicas para medir a eficiência de seus colaboradores em home office. E quando os números não bateram com as expectativas... bem, você já sabe o resultado.
Não foi uma decisão do dia para a noite, claro. As demissões ocorreram ao longo de várias semanas, afetando diferentes departamentos e níveis hierárquicos. O que me faz pensar: será que as métricas realmente capturaram a complexidade do trabalho remoto?
O outro lado da moeda
O Itáu, como era de se esperar, defende sua posição. Alegam que as demissões fazem parte de um "processo de reorganização interna" e que o monitoramento era necessário para "garantir padrões de excelência". Corporativês puro, você diria. E talvez tenha razão.
Mas aqui vai um ponto interessante: será que outras empresas não estão fazendo exatamente a mesma coisa, só que de forma mais discreta? O caso do Itáu escancarou uma prática que muitos suspeitavam, mas poucos tinham coragem de discutir abertamente.
O futuro do trabalho remoto
Isso tudo me lembra aquela velha discussão sobre até onde a empresa pode ir na fiscalização de seus funcionários. Quando o home office virou regra, muitos celebraram a liberdade. Mas liberdade com monitoramento constante é... bem, complicado.
O caso do Itáu certamente vai ecoar pelos corredores virtuais de outras corporações. Algumas vão aprender com os erros, outras vão replicar o modelo. O que me preocupa é que a produtividade está sendo medida em números frios, ignorando fatores humanos que simplesmente não cabem em planilhas.
No final das contas, restam mil histórias de profissionais que agora buscam recolocação no mercado — e uma pergunta que não quer calar: até onde vamos permitir que algoritmos e métricas determinem o valor do nosso trabalho?