Greve de pilotos da Latam no Chile chega ao fim após acordo válido até 2028
Greve de pilotos da Latam no Chile termina com acordo

A greve dos pilotos da Latam Airlines no Chile, que começou na semana passada, foi encerrada nesta quarta-feira (19) após a conclusão de um acordo contratual entre a companhia aérea e o sindicato da categoria. Esta foi a primeira paralisação dos pilotos da empresa em quase três décadas.

Impactos da paralisação

A greve resultou em cancelamentos generalizados de voos e prejudicou os planos de viagem de milhares de passageiros. De acordo com a Latam, 173 voos programados entre 12 e 17 de novembro foram cancelados, afetando aproximadamente 20.000 passageiros.

A empresa implementou medidas para minimizar os impactos, incluindo a reacomodação em outros voos, alteração gratuita de data ou reembolso integral das passagens. Paulo Miranda, vice-presidente de Clientes do grupo, afirmou que a companhia estava empenhada em oferecer a melhor solução possível aos passageiros afetados.

Detalhes do acordo

O novo acordo contratual entre a companhia e seus pilotos terá validade até 2028, conforme informou o Sindicato de Pilotos da Latam (SPL) do Chile. A greve foi aprovada em assembleia com 500 dos 900 pilotos que atuam na companhia.

A principal reivindicação dos profissionais era a recomposição dos salários e benefícios de 2020, período anterior à pandemia. De acordo com o sindicato, os pilotos foram os únicos funcionários da empresa que ainda não tinham suas condições restabelecidas, mesmo após a recuperação financeira do grupo.

Contexto histórico das negociações

Durante a crise da Covid-19, os pilotos aceitaram reduzir seus salários pela metade para ajudar a manter as operações da empresa durante a paralisação global do setor aéreo. O SPL argumentou que, diante do bom desempenho financeiro e operacional da Latam, era esperado que a negociação fosse mais colaborativa.

O sindicato criticou a postura inicial da empresa nas negociações, alegando que a Latam recusou-se a devolver as condições perdidas durante os anos de crise, incluindo o período em que passou por reorganização judicial sob o Chapter 11 da lei de falências dos EUA.

Apoio internacional

No início do mês, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa os pilotos e comissários brasileiros, divulgou nota de apoio e solidariedade aos pilotos chilenos. A entidade destacou o papel essencial da categoria durante a pandemia, quando contribuíram para a sobrevivência das empresas e a manutenção da segurança operacional.

O SNA brasileiro reforçou que um acordo sólido e equilibrado entre empresa e trabalhadores deve ser visto como investimento, e não como custo, enfatizando a importância do diálogo, da boa-fé e do respeito ao direito constitucional de greve.

A Latam, maior empresa aérea da América do Sul, emprega cerca de 39 mil funcionários e mantém uma frota superior a 350 aviões. O término da greve representa o fim de um dos maiores conflitos trabalhistas recentes no setor aéreo chileno.