Desemprego atinge menor taxa desde 2012: 5,4% no trimestre até outubro
Desemprego cai para 5,4%, menor taxa desde 2012

O mercado de trabalho brasileiro atingiu um marco histórico no trimestre encerrado em outubro de 2025, com a taxa de desemprego registrando o menor patamar desde o início da série histórica em 2012. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) revelam uma trajetória consistente de recuperação do emprego no país.

Queda consistente no desemprego

A taxa de desocupação ficou em 5,4% no período de agosto a outubro de 2025, representando uma redução de 0,2 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior (5,6%) e uma queda ainda mais significativa de 0,7 ponto percentual ante o mesmo período de 2024 (6,2%).

O número de pessoas desocupadas também atingiu o menor contingente da série histórica, com 5,9 milhões de brasileiros buscando emprego. Esse número representa uma redução de 3,4% (menos 207 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e uma queda expressiva de 11,8% (menos 788 mil pessoas) na comparação anual.

População ocupada em patamar elevado

A pesquisa do IBGE mostra que a população ocupada alcançou 102,6 milhões de pessoas, mantendo estabilidade no trimestre, mas registrando um crescimento de 926 mil pessoas ao longo do ano. O nível da ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 58,8%.

Outro indicador positivo foi a taxa composta de subutilização, que inclui pessoas subocupadas e desalentadas, atingindo 13,9% - também a mais baixa da série histórica. A população subutilizada ficou em 15,8 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.

Formalização e rendimentos em alta

O setor privado registrou números recordes de empregados com carteira assinada, excluindo trabalhadores domésticos, alcançando 39,2 milhões de pessoas. Esse número representa estabilidade no trimestre, mas um crescimento de 2,4% (mais 927 mil pessoas) no ano.

O rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu R$ 3.528, valor recorde na série histórica. Embora tenha se mantido estatisticamente estável no trimestre, o rendimento registrou um crescimento expressivo de 3,9% no ano.

A massa de rendimento real habitual também alcançou patamar recorde, ficando em R$ 357,3 bilhões, com estabilidade no trimestre e alta de 5,0% (mais R$ 16,9 bilhões) no ano.

Setores em destaque

A análise por setores da economia mostra desempenhos variados:

Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento nos seguintes grupamentos:

  • Construção: 2,6% (mais 192 mil pessoas)
  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: 1,3% (mais 252 mil pessoas)

Na comparação anual, os destaques positivos foram:

  • Transporte, armazenagem e correio: 3,9% (mais 223 mil pessoas)
  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: 3,8% (mais 711 mil pessoas)

Rendimentos por setor

Os rendimentos também apresentaram crescimento em vários setores na comparação anual:

  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 6,2% (mais R$ 129)
  • Construção: 5,4% (mais R$ 143)
  • Alojamento e alimentação: 5,7% (mais R$ 126)
  • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 5,2% (mais R$ 251)

A taxa de informalidade ficou em 37,8% da população ocupada, o que representa 38,8 milhões de trabalhadores informais. Esse percentual se manteve estável em relação ao trimestre anterior, mas ficou abaixo dos 38,9% registrados no trimestre encerrado em outubro de 2024.

Os dados revelam um mercado de trabalho em processo de consolidação, com melhora nos indicadores de formalização, rendimentos e redução da subutilização da força de trabalho, indicando uma recuperação abrangente do emprego no país.