Galipolo Rebate Críticas aos Juros Altos e Elogia 'Delicadeza' de Haddad em Entrevista Explosiva
Galipolo rebate críticas a juros e elogia Haddad

Numa conversa franca que mais parece um balde de água fria na discussão econômica, Gabriel Galipolo, o recém-empossado diretor do Banco Central, não fugiu do assunto que anda tirando o sono de todo mundo. E olha, ele foi direto ao ponto.

"Achar que as críticas aos juros são injustas? Ora, façam-me o favor", disparou Galipolo, com aquela tranquilidade que só quem conhece os bastidores do poder consegue ter. "Essa discussão é mais do que legítima - é necessária."

O elefante na sala

O que realmente chamou atenção, no entanto, foi sua análise sobre Fernando Haddad. O ministro da Fazenda, que normalmente não economiza nas palavras quando o assunto é política monetária, parece ter adotado um tom diferente desde que Galipolo assumiu o cargo.

"Há uma delicadeza aí que merece ser notada", observou Galipolo, pausando como se medisse cada palavra. "O Haddad, sabem como é, sempre foi bastante... enfático em suas posições. Mas ultimamente tenho percebido uma contenção que, francamente, me surpreende."

Será que estamos diante de uma trégua tácita entre a Fazenda e o BC? O clima, que até pouco tempo atrás lembrava um campo de batalha, parece ter dado lugar a conversas mais moderadas.

Nos bastidores do poder

Galipolo, que até recentemente ocupava posição-chave na Secretária de Fazenda, conhece os dois lados da moeda. E essa experiência dual parece estar moldando sua atuação no Comitê de Política Monetária.

  • Críticas construtivas: "Quando as pessoas questionam os juros altos, estão exercendo seu direito democrático"
  • Diálogo necessário: "O debate precisa existir, desde que seja fundamentado"
  • Novos ares: "Percebo uma abertura para conversas mais produtivas"

Não é todo dia que um diretor do BC fala com tanta transparência sobre as tensões que todo mundo vê, mas ninguém comenta abertamente. Galipolo, no entanto, parece disposto a mudar esse jogo.

O que esperar dos próximos meses?

Com a reunião do COPOM se aproximando, a pergunta que fica é: essa aparente harmonia vai se refletir nas decisões sobre os juros? Galipolo evitou dar spoilers, mas deixou claro que o caminho do diálogo está aberto.

"Economia não se faz com grilos cantando", filosofou. "Precisa de debate, de confronto de ideias. O que não podemos é ficar numa surdez seletiva que não leva a lugar nenhum."

Enquanto isso, o mercado observa. E torce. Porque no fim do dia, o que importa mesmo é encontrar um equilíbrio que não asfixie o crescimento, mas que também não deixe a inflação fazer a festa.