Galipolo defende que IOF não deve ser apenas arrecadatório, mas regulador da economia
Galipolo: IOF deve regular, não só arrecadar

O secretário do Tesouro Nacional, Gabriel Galipolo, fez declarações polêmicas sobre a função do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Brasil. Em vez de ser utilizado apenas como instrumento de arrecadação, o tributo deveria ter um papel regulador no mercado financeiro, segundo o economista.

Em entrevista, Galipolo destacou que o IOF foi criado originalmente com dupla finalidade: "Não é só para arrecadar, mas para regular. Essa é a essência do tributo". O secretário argumenta que o imposto pode ser uma ferramenta importante para orientar o crédito e influenciar setores específicos da economia.

O debate sobre a função dos tributos

O posicionamento de Galipolo reacende um antigo debate econômico:

  • Função fiscal: tributos como fonte de receita para o governo
  • Função extrafiscal: uso de impostos para regular comportamentos e setores econômicos

"Quando você tributa mais cigarros e bebidas alcoólicas, está usando o imposto para regular, não só para arrecadar. O mesmo princípio deveria valer para o IOF", comparou o secretário.

Possíveis impactos na economia

Especialistas apontam que a abordagem regulatória do IOF poderia:

  1. Orientar o crédito para setores prioritários
  2. Desestimular operações especulativas
  3. Influenciar as taxas de juros em determinados segmentos

No entanto, críticos alertam que o uso regulatório excessivo do imposto poderia criar distorções no mercado financeiro e aumentar a complexidade do sistema tributário brasileiro.

O debate ocorre em um momento de discussões sobre reformas tributárias no Congresso Nacional, onde a função e a estrutura do IOF podem ser revisadas.