Secretário do Tesouro alerta: sem reformas estruturais, não há como ampliar corte de gastos
Sem reformas, não há como ampliar corte de gastos, diz Tesouro

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quinta-feira (30) que, sem a implementação de reformas estruturais, o governo não terá margem para ampliar o corte de gastos públicos. A declaração foi feita durante entrevista coletiva em Brasília.

Segundo Ceron, medidas pontuais de contenção de despesas já foram esgotadas, e qualquer avanço nessa direção exigirá mudanças profundas na estrutura do Estado. "Não há mais espaço para cortes superficiais. Precisamos de reformas que alterem a base de custos do governo", destacou.

O que está em jogo?

O secretário enumerou três pilares essenciais para equilibrar as contas públicas:

  • Reforma da Previdência
  • Reforma Tributária
  • Revisão do pacto federativo

Sem essas mudanças, alertou Ceron, o país continuará patinando no ajuste fiscal, com risco de deterioração da confiança dos investidores e agências de classificação de risco.

Cenário atual

Dados recentes do Tesouro mostram que:

  1. O déficit primário acumulado nos últimos 12 meses chegou a R$ 230 bilhões
  2. A dívida pública bruta equivale a 75% do PIB
  3. Os gastos obrigatórios consomem 94% do orçamento federal

Para especialistas, esse cenário limita drasticamente a capacidade do governo de investir em áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura.

Próximos passos

A equipe econômica trabalha agora na elaboração de propostas concretas que serão submetidas ao Congresso Nacional ainda este ano. O desafio, segundo analistas, será construir consenso político em torno de medidas impopulares em ano eleitoral.