Mufatto entra no Assaí com 10,26%, mas JP Morgan mantém visão negativa
Mufatto compra 10,26% do Assaí; JP Morgan mantém visão negativa

Os irmãos Ederson e Everton Muffato, controladores da rede de supermercados que leva o nome da família, deram um passo significativo no varejo brasileiro ao adquirir uma participação relevante no Assaí. O movimento foi formalizado através de comunicado ao mercado nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025.

Operação estratégica no atacarejo

De acordo com as informações divulgadas, os irmãos Muffato compraram uma participação equivalente a 10,26% do capital do Assaí, tornando-se assim os maiores acionistas individuais da rede de atacarejo. A operação representa uma importante movimentação no setor varejista brasileiro, unindo duas empresas com expertise complementar no segmento.

O Assaí, que opera no modelo atacarejo - conceito que mistura características do atacado e varejo - ganha agora a experiência dos irmãos Muffato, reconhecidos como operadores respeitados no setor. A expectativa é que essa aproximação possa gerar sinergias operacionais e troca de conhecimentos entre as empresas.

Avaliação cautelosa do JP Morgan

Apesar do movimento positivo, o banco JP Morgan manteve sua avaliação negativa sobre as ações do Assaí. A instituição financeira classificou a operação como "levemente positiva", mas considerou que ela é insuficiente para alterar o cenário desafiador que a empresa enfrenta.

Em sua análise, o banco destacou que a entrada dos Muffato não resolve os principais problemas estruturais do Assaí. A companhia continua com alta alavancagem financeira em relação à concorrência, apresentando uma relação dívida líquida/EBITDA de aproximadamente três vezes.

Desafios persistentes

Além da questão da alavancagem, o Assaí enfrenta pressões adicionais no seu desempenho operacional. A desaceleração da inflação de alimentos continua impactando negativamente tanto as vendas quanto as margens da empresa, criando um ambiente desafiador para a recuperação dos resultados.

O JP Morgan mantém sua visão negativa sobre o Assaí por considerar que o anúncio da entrada dos irmãos Muffato não compensa os riscos macroeconômicos e financeiros que continuam limitando a tese de investimento na companhia. O banco entende que, apesar da qualidade dos novos acionistas, os desafios fundamentais permanecem.

O mercado agora aguarda para ver como se desenvolverá essa parceria e se a experiência dos Muffato no varejo brasileiro poderá, de fato, contribuir para uma virada no desempenho do Assaí a médio e longo prazos.