O Governo do Amapá anunciou, na sexta-feira (12), a retomada das atividades de mineração de ferro e ouro no município de Pedra Branca do Amapari. A exploração, interrompida há seis anos durante um processo de recuperação judicial, está programada para ser reiniciada em 2026.
Detalhes do Projeto Ferro Amapá
A reativação acontecerá por meio do Projeto Ferro Amapá, uma parceria entre o governo estadual e a empresa DEV Mineração. O plano inicial prevê um investimento total de US$ 200 milhões. A primeira etapa será a reabertura da mina Azteca, de menor porte, que receberá um aporte inicial de US$ 6 bilhões para voltar a operar.
Como parte do acordo, o município recebeu um pagamento inicial de R$ 5 milhões. Além disso, a prefeitura obteve R$ 10 milhões destinados especificamente para quitar salários atrasados de funcionários das antigas mineradoras, uma dívida que pesava sobre a cidade.
Impacto Econômico e Infraestrutura
A expectativa é que a mina, uma vez em pleno funcionamento, tenha capacidade para produzir até 6 milhões de toneladas de minério por ano, com uma vida útil estimada em cerca de 16 anos. O projeto, no entanto, vai além da extração.
Estão previstas a construção de uma ferrovia e de um porto dedicados ao escoamento da produção, o que deve modernizar a logística da região. O governador Clécio Luís destacou que o foco é acelerar a geração de empregos. "A meta é gerar vagas já no primeiro semestre de 2026", afirmou.
O prefeito Marcelo Pantoja comemorou a decisão. "Vamos retomar a nossa capacidade de investimento, fazer mais obras e ampliar o investimento social. Quem ganha é o Amapá e Pedra Branca", disse ele, ressaltando o alívio que a medida traz para as finanças municipais.
Compromisso com a Sustentabilidade e Histórico
O governo estadual assegurou que a retomada seguirá técnicas sustentáveis de operação e produção. O compromisso ganha importância diante do histórico da região, que já registrou acidentes ligados à atividade mineral, incluindo o rompimento de barragens.
A exploração de minério de ferro no Amapá começou na década de 1950, com a atuação da Icomi. Ao longo das décadas, o projeto passou por diferentes grupos, como a MMX de Eike Batista, a Anglo Ferrous e a Zamin, até ser interrompido.
No seu auge, Pedra Branca do Amapari, cidade localizada a 183 quilômetros da capital Macapá, chegou a ter a maior renda per capita do estado, com a presença de 93 empresas e a geração de mais de 15 mil empregos diretos e indiretos. A retomada agora planejada busca reacender parte desse desenvolvimento, mas sob novas diretrizes operacionais.