
Imagine um grupo de empresários brasileiros desembarcando em solo americano com uma missão clara: cortar tarifas e costurar acordos que deixem o comércio entre os dois países mais fluido. Pois é exatamente isso que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) está colocando em prática neste momento.
Não é de hoje que os exportadores tupiniquins esbarram em barreiras comerciais lá do outro lado do Atlântico. Alguns produtos, como aço e suco de laranja, sofrem com tarifas que beiram o absurdo — e isso sem falar nas medidas antidumping que complicam ainda mais a vida.
O que está em jogo?
O time da CNI não vai para Washington apenas para bater papo. A agenda está recheada de encontros estratégicos:
- Conversas diretas com o USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA)
- Reuniões com membros do Congresso americano
- Rodadas de negociação com associações setoriais
"É hora de mostrar que o Brasil pode ser mais do que um fornecedor de commodities", adianta um dos participantes que preferiu não se identificar. O clima, segundo ele, é de "cautela otimista" — afinal, ninguém espera milagres da noite para o dia.
Os números que incomodam
Você sabia que os EUA aplicam tarifas médias de 14,6% sobre produtos brasileiros? É quase o dobro da média global. Enquanto isso, nossas exportações para lá caíram quase 20% nos últimos cinco anos. Dá para entender a urgência, não?
Mas nem tudo são espinhos. Setores como aeronáutica e tecnologia agrícola têm histórias de sucesso para contar — e a ideia é multiplicar esses casos. "Temos know-how que os americanos precisam", dispara a coordenadora da missão, entre um café e outro.
(Aposto que você não imaginava que o Brasil exporta peças para foguetes da NASA, né? Pois é, e esse é só um dos trunfos na manga.)
E agora?
Se tudo der certo — e aqui cruzo os dedos — essa iniciativa pode render frutos em dois tempos: soluções imediatas para produtos específicos e uma agenda de longo prazo para modernizar o acordo comercial entre os países.
Enquanto isso, os empresários brasileiros seguem firmes no propósito. Afinal, como diz o ditado: "em time que está ganhando, se mexe" — mesmo quando o jogo é de paciência diplomática.