O Banco Inter vive uma transformação significativa em seu modelo de negócios, com projeções otimistas para o fechamento de 2025. Depois de registrar lucros praticamente inexistentes em 2022, a instituição financeira espera encerrar o ano atual com um resultado entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão.
Virada estratégica rumo à rentabilidade
Durante sua participação no Zoox Data Revolution, evento realizado no Hotel Unique em São Paulo, o CEO Alexandre Riccio detalhou a mudança de rumo da empresa. A partir de 2023, o banco migrou seu foco da aquisição pura de clientes para a rentabilização do negócio.
Essa mudança estratégica se reflete na expansão da oferta de produtos. De apenas 44 produtos oferecidos anteriormente, o Banco Inter agora disponibiliza mais de 170 produtos diferentes para seus clientes, diversificando suas fontes de receita.
Expansão internacional e desafios regulatórios
Enquanto consolida sua posição no mercado brasileiro, o Inter avança em sua internacionalização. A instituição já opera em 44 estados americanos e prepara a expansão de sua conta global para a Argentina.
Diante desse cenário multicountry, o banco desenvolveu uma abordagem inovadora para lidar com a complexidade regulatória. Em vez de adaptar-se caso a caso para cada jurisdição, a empresa construiu um framework mínimo de padrão de segurança capaz de satisfazer simultaneamente múltiplos supervisores.
Riccio descreve essa estrutura como uma malha 360 graus que integra:
- Tecnologia avançada
- Governança robusta
- Times especializados
- Uso extensivo de dados e inteligência artificial
Metas ambiciosas de crescimento
O Banco Inter alcançou recentemente a marca de 40 milhões de clientes e opera sob um plano estratégico de cinco anos conhecido internamente como 60-30-30. A meta é ambiciosa: atingir 60 milhões de clientes até 2027.
Porém, a ambição não é apenas volumétrica. O Inter tenta abandonar o rótulo de startup de crescimento a qualquer custo para se tornar, nas palavras do CEO, uma empresa de professional growth.
O momento atual representa uma virada de página para todo o setor de fintechs. O ambiente amadurece rapidamente, o custo de capital voltou a importar e a concorrência dos bancos tradicionais ganhou novo vigor com suas próprias soluções digitais.
O caminho escolhido pelo Banco Inter revela uma tendência maior no setor: a era do crescimento despreocupado chegou ao fim. Agora, é preciso crescer com segurança, compliance e um arcabouço regulatório sólido.
Para Riccio, tudo muda o tempo inteiro, e o Inter parece estar conseguindo acompanhar essas mudanças, encontrando seu lugar nesse novo mundo financeiro onde rentabilidade e expansão precisam caminhar juntas.