Nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, às 9h, os números do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao terceiro trimestre do ano. Apesar de ser um dos indicadores econômicos mais aguardados, o dado teve impacto limitado no humor do mercado financeiro brasileiro, que segue com os olhos voltados para o cenário internacional, especialmente para a política de juros nos Estados Unidos.
PIB no retrovisor e juros altos no Brasil
O crescimento da economia brasileira tem surpreendido analistas positivamente há alguns trimestres, superando projeções. Para o terceiro trimestre, no entanto, a expectativa geral era de uma desaceleração. Esse fenômeno é atribuído principalmente ao efeito da taxa básica de juros (Selic), mantida em 15% ao ano pelo Banco Central (BC) como instrumento para conduzir a inflação à meta de 3% ao ano.
Para os investidores da bolsa de valores, no entanto, o PIB é um indicador que olha para o passado. "Investidores vivem de prever o futuro, e o PIB é uma espiada no retrovisor", como destacam analistas. Mesmo que o resultado tenha sido pior do que o esperado, há pouca expectativa na Faria Lima de que o BC, sob a presidência de Gabriel Galípolo, antecipe o ciclo de cortes da Selic. O conservadorismo pregado pela autoridade monetária mantém as apostas concentradas no início da queda da taxa apenas em março.
Otimismo global carrega o Ibovespa
Enquanto a agenda doméstica perde força, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tem sido sustentado pelo otimismo com o cenário externo. A perspectiva de continuidade nos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, libera mais recursos para serem alocados em mercados emergentes, como o Brasil, impulsionando o mercado acionário local.
Nesta quinta-feira, porém, o EWZ, fundo que replica as ações brasileiras negociadas em Nova York, operava em queda, sinalizando uma possível realização de lucros após duas sessões com o Ibovespa acima da marca dos 161 mil pontos. No exterior, a tendência era positiva, com os futuros dos índices americanos em alta em um dia de agenda fraca nos EUA, enquanto os mercados aguardam a próxima reunião do Fed.
Agenda econômica do dia
Além do PIB, a quinta-feira foi marcada por outros eventos relevantes na agenda econômica e política:
- 9h: O presidente Lula participou da 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS).
- 10h: A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os dados de produção de veículos de novembro.
- 10h30: Os Estados Unidos publicaram seus pedidos semanais de auxílio-desemprego.
- 11h: O Congresso Nacional teve sessão conjunta convocada pelo senador Alcolumbre para votar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).
- 15h: O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou o resultado da balança comercial de novembro.
A grande questão que permanece é se a bolsa brasileira conseguirá aproveitar o otimismo que vem de Wall Street para sustentar ou ampliar seus ganhos recentes, demonstrando mais uma vez que seu ritmo é frequentemente ditado pelos ventos globais.