O mercado financeiro ajustou para baixo suas principais expectativas para a economia brasileira, conforme revela a mais recente edição do Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, 1º de dezembro de 2025. As projeções para a inflação oficial em 2025 e 2026 foram revisadas, enquanto as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também sofreram alterações.
Inflação dentro da meta e em trajetória de queda
A principal revisão diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025. A mediana das expectativas dos analistas caiu de 4,45% para 4,43%. Este movimento consolida a inflação prevista para o ano dentro do intervalo de tolerância da meta, cujo limite superior é de 4,50%. O centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%.
Para os anos seguintes, o cenário também mostra uma lenta, porém constante, convergência da inflação para o centro da meta. A projeção para 2026 teve um leve recuo, indo de 4,18% para 4,17%. Já as estimativas para 2027 e 2028 se mantiveram inalteradas, em 3,80% e 3,50%, respectivamente.
Expectativas de crescimento econômico são moderadas
No front do crescimento, as projeções para a expansão da economia em 2025 e 2026 permaneceram estáveis, em 2,16% e 1,76%, respectivamente. No entanto, houve um ajuste para os anos posteriores. A estimativa para o PIB de 2027 foi revisada de 1,88% para 1,83%. Para 2028, a previsão de crescimento se manteve em 2%.
O câmbio, por sua vez, não apresentou mudanças nas projeções dos especialistas. A expectativa para a cotação do dólar permanece em R$ 5,40 para o fechamento de 2025, e em R$ 5,50 para os anos de 2026, 2027 e 2028.
Copom deve manter juros, com cortes no horizonte
O cenário de inflação em desaceleração mantém o foco do mercado na trajetória da taxa básica de juros, a Selic. Para a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 9 e 10 de dezembro, a aposta majoritária é pela manutenção da taxa no patamar atual de 15% ao ano.
Olhando para frente, os economistas projetam um ciclo de afrouxamento monetário. Para o final de 2026, a expectativa é que a Selic esteja em 12%, o que representa uma redução de 3 pontos percentuais ao longo do ano. Em 2027, a projeção aponta para novos cortes, com a taxa terminando o ano em 10,5%. Para 2028, a estimativa foi revisada para baixo, de 9,75% para 9,50%.
Os dados do Focus refletem um cenário de cautela otimista, com a inflação sob controle e dentro da meta, mas com um crescimento econômico que deve seguir em ritmo moderado nos próximos anos. A decisão do Copom na próxima semana será crucial para confirmar a trajetória esperada pelos agentes do mercado.