Inflação deve ficar acima da meta em 2025, aponta Boletim Focus
Mercado mantém inflação acima do teto da meta em 2025

O mercado financeiro mantém suas projeções pessimistas para a inflação brasileira no próximo ano, indicando que o índice oficial deve permanecer acima do teto da meta estabelecida pelo governo. As expectativas foram consolidadas no Boletim Focus divulgado nesta semana pelo Banco Central.

Inflação acima da meta até 2027

Segundo a pesquisa que reúne a mediana das previsões de analistas e economistas, o IPCA deve fechar 2025 em 4,55%, ultrapassando o limite máximo de tolerância de 4,5% definido pelo Conselho Monetário Nacional. A meta central é de 3% ao ano.

As projeções para os anos seguintes também mostram uma inflação teimosa: 4,20% para 2026 e 3,80% em 2027, indicando que o retorno à meta pode ser um processo mais lento do que o desejado.

Crescimento econômico e política de juros

No frente do crescimento, o mercado mantém expectativas moderadas. Para 2025, a previsão é de expansão de 2,16% no PIB, seguida por uma desaceleração para 1,76% em 2026. Em 2027, a projeção foi ajustada para 1,88%.

A taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano até o final de 2025, com o mercado esperando que o início do ciclo de queda dos juros ocorra apenas no ano seguinte. As projeções indicam que a Selic deve fechar 2026 em 12,5% e atingir 10,5% em 2027.

Câmbio e perspectivas futuras

Para o câmbio, não houve alterações nas expectativas. O dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,41, mantendo-se em R$ 5,50 tanto para 2026 quanto para 2027.

O comunicado recente do Copom foi considerado mais rigoroso pelos analistas, deslocando as expectativas de redução da Selic para depois de março de 2026. A ata da reunião da semana passada, que será divulgada nesta terça-feira, deve trazer mais indicações sobre quando a política monetária restritiva poderá ser flexibilizada.

O Banco Central continua implementando uma política monetária restritiva para conter a inflação, mantendo os juros em patamar elevado mesmo com a perspectiva de crescimento econômico moderado nos próximos anos.