
Parece que o dragão da inflação está, finalmente, começando a se acalmar. Pelo menos é o que sugerem as últimas projeções do mercado financeiro, que reduziram pela segunda vez consecutiva suas expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os números? Bem, eles pintam um cenário menos assustador do que antes. Para 2025, a previsão caiu de 5,15% para 5,10%. Pode parecer pouco — afinal, quem nota 0,05% no dia a dia? — mas no mundo da economia, cada décimo conta.
O que está por trás dessa mudança?
Os economistas — esses adivinhos modernos — estão mais otimistas (ou menos pessimistas, depende do ponto de vista). A pesquisa Focus, do Banco Central, mostra que os especialistas estão acreditando mais nas medidas de controle da inflação. E não é só para 2025: as projeções para 2024 também melhoraram, caindo de 3,80% para 3,77%.
Mas calma lá! Antes de sair comemorando, é bom lembrar que:
- O mercado ainda espera inflação acima do centro da meta (3%) em 2024
- Para 2025, a projeção está no limite superior da meta (4,5% ± 1,5 p.p.)
- O IPCA-15 de junho mostrou alta de 0,44%, puxada por alimentos e transporte
Ou seja, a batalha contra a carestia ainda não está ganha. Como diria minha avó: "Deus escreve certo por linhas tortas, mas o mercado escreve torto mesmo quando acerta".
E o que isso significa para o seu bolso?
Se as projeções estiverem certas (e isso é um grande "se"), podemos esperar:
- Menos pressão nos preços do supermercado
- Juros possivelmente menores no futuro
- Um alívio — ainda que pequeno — no poder de compra
Mas atenção: economia não é ciência exata. Basta uma crise internacional, um problema climático ou qualquer surpresa desagradável para esses números irem por água abaixo. Como dizem os traders: "O mercado odeia incerteza mais do que meu cachorro odeia trovão".
Enquanto isso, o Banco Central continua seu trabalho de equilibrismo entre controlar a inflação e não estrangular o crescimento. Difícil, não? Parece aquela história de tentar acertar um alvo móvel com os olhos vendados.