Ibovespa abre em alta aos 157 mil pontos com foco em BC e inflação nos EUA
Ibovespa sobe com foco em relatório do BC e dados dos EUA

O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, iniciou o pregão desta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, em terreno positivo. O indicador abriu aos 157 mil pontos, em um dia marcado pela atenção dos investidores ao Relatório de Política Monetária do Banco Central e a indicadores econômicos internacionais, especialmente os dados de inflação nos Estados Unidos.

Banco Central revisa projeções de crescimento para cima

O Banco Central trouxe um tom de otimismo ao revisar para cima suas estimativas para a economia brasileira. De acordo com o relatório divulgado nesta manhã, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 foi ajustada de 2,0% para 2,3%. Para o ano seguinte, 2026, a previsão também teve um leve incremento, passando de 1,5% para 1,6%.

As novas projeções foram comentadas em entrevista coletiva, a partir das 11h, pelo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e pelo diretor de Política Econômica, Diogo Guillen. No campo político, o dia também foi movimentado, com entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto e um café com a imprensa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcado para as 14h.

Setores e ações em destaque no pregão

Apesar do viés positivo do índice geral, o início das negociações foi misto entre os papéis de maior peso. O setor financeiro abriu com perdas, liderado pelo Bradesco (BBDC4), que recuava 0,44%. Na sequência, apareciam Santander (SANB11), com queda de 0,32%, e Itaú (ITUB4), cedendo 0,13%.

No varejo de moda, o movimento também foi de baixa. Lojas Renner (LREN3) apresentava recuo de 0,74%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) registrava uma queda de 0,22% nos primeiros negócios da sessão.

Cenário internacional e a pressão da inflação americana

O mercado internacional exerceu forte influência no humor dos investidores. O foco principal estava nos dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos referentes a novembro, com expectativa de que o núcleo do índice registrasse alta de 3% na comparação anual.

Em Wall Street, os futuros dos principais índices apontavam para uma recuperação: o Dow Jones Futuro avançava 0,25%, o S&P 500 Futuro subia 0,40% e o Nasdaq Futuro ganhava expressivos 0,79%. Este último buscava se recuperar após um período de volatilidade no segmento de tecnologia.

Analistas destacam a inflação como ponto de atenção. Bruno Yamashita, da Avenue, apontou que os preços de moradia e materiais de construção nos EUA continuam crescendo e têm grande representatividade no cálculo inflacionário, mantendo a pressão sobre o mercado.

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, avaliou que a valorização do dólar, que chegou a R$ 5,54, reflete um movimento de ajuste e busca por proteção em um ambiente de cautela. Para ele, a bolsa passa por um movimento de realização de lucros após o rali recente, com o mercado demandando maior previsibilidade para sustentar valuations elevados.

O dia, portanto, se configura como um delicado equilíbrio entre os ventos favoráveis das revisões do BC para a economia doméstica e a cautela imposta pelo cenário monetário internacional, que segue ditando o ritmo do apetite por risco global.