Ibovespa cai 0,39% mesmo com suspensão de tarifas dos EUA
Ibovespa recua apesar de fim de tarifas dos EUA

Mercado reage com cautela a decisão norte-americana

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira B3, registrou queda de 0,39% nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, fechando aos 154,7 mil pontos. A desvalorização ocorreu mesmo após o anúncio positivo da suspensão de tarifas de importação pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

O mercado financeiro brasileiro operou em meio a um cenário misto, com notícias positivas sobre comércio exterior sendo ofuscadas por dados econômicos internacionais que aumentaram a aversão ao risco entre os investidores.

Decisão dos EUA e impacto no câmbio

Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira, 20 de novembro, a suspensão da tarifa de 40% que incidia sobre determinados produtos brasileiros, incluindo café e carnes. A medida, que poderia ser um impulso para as exportações nacionais, não foi suficiente para sustentar o otimismo no mercado.

Enquanto isso, o dólar apresentou forte valorização frente ao real, avançando mais de 1% e sendo negociado a R$ 5,40 no fechamento do pregão. O feriado nacional da Consciência Negra, comemorado na véspera, também contribuiu para uma agenda econômica mais fraca no Brasil.

Dados de emprego nos EUA alimentam pessimismo

O principal fator de pressão sobre os mercados veio dos dados de emprego norte-americanos, que surpreenderam negativamente os investidores. Em setembro, foram abertas 119 mil vagas, número mais que o dobro da projeção do mercado, que esperava 51 mil novas posições.

Segundo Higor Rabelo, especialista e sócio da Valor Investimentos, "o mercado começa a precificar que não haverá um novo corte de juros nos EUA esse ano, mas sim uma manutenção". Esta perspectiva reduziu as expectativas de um possível afrouxamento monetário na maior economia do mundo, alimentando o cenário de cautela global.

No mercado acionário brasileiro, os papéis dos principais bancos apresentaram desempenho variado:

  • Itaú (ITUB4): valorização de 0,40%
  • Bradesco (BBDC3): alta de 0,36%
  • Bradesco (BBDC4): avanço de 0,21%
  • Santander (SANB11): crescimento de 0,54%
  • Banco do Brasil (BBAS3): alta de 1%

O cenário demonstra como os mercados brasileiros continuam sensíveis aos desenvolvimentos internacionais, especialmente aos indicadores econômicos dos Estados Unidos e suas implicações para a política monetária global.