Dólar sobe a R$ 5,52, maior patamar desde outubro, em movimento típico de fim de ano
Dólar sobe a R$ 5,52, maior valor desde outubro

O dólar comercial registrou uma alta expressiva nesta quarta-feira, 18 de dezembro de 2025, fechando a cotação de R$ 5,52. Esse patamar não era observado desde o mês de outubro, chamando a atenção de investidores e do público em geral, mesmo sendo um movimento considerado comum para o período de encerramento do ano.

Fatores por trás da alta da moeda americana

A escalada do dólar em dezembro é um fenômeno recorrente no calendário econômico brasileiro. O principal motor dessa movimentação são as remessas de lucro realizadas por multinacionais que atuam no país. No fechamento do ano fiscal, essas empresas convertem reais em dólares para enviar recursos a suas matrizes no exterior, o que naturalmente aumenta a demanda pela moeda estrangeira e pressiona sua cotação para cima.

Outro elemento que entrou na equação recentemente foi o clima pré-eleitoral. A autoproclamação de Flávio Bolsonaro como candidato da direita gerou certa tensão inicial nos mercados. Contudo, esse nervosismo parece ter dado uma arrefecida. Prova disso é que, no pregão de ontem, a bolsa brasileira apresentou queda menor comparada aos índices das bolsas americanas.

Perspectiva anual e cenário internacional

Apesar do susto pontual, é crucial colocar o movimento em uma perspectiva mais ampla. Em 2025, o dólar ainda acumula uma queda de 10% frente ao real. Essa valorização da moeda brasileira ao longo do ano é reflexo de dois fatores principais: a forte entrada de capital estrangeiro no país e o gigantesco diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.

Enquanto o Brasil mantém sua taxa básica de juros (Selic) em 15%, os juros nos EUA estão em 3,75%. Esse abismo torna os ativos brasileiros muito mais atrativos para investidores estrangeiros em busca de rentabilidade, o que fortalece o real.

Agenda global e decisões no Brasil

Nesta quinta-feira, os olhos do mercado internacional se voltam para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos. A inflação americana é monitorada de perto, especialmente em um contexto em que os consumidores sentem o peso dos preços altos no supermercado.

Na Europa, as decisões de política monetária são o destaque. Espera-se que o Banco da Inglaterra anuncie um corte em suas taxas de juros, enquanto o Banco Central Europeu deve manter as taxas inalteradas na Zona do Euro.

No cenário doméstico, o Congresso Nacional deve votar o Orçamento da União para 2026. Paralelamente, Brasília já entra no clima natalino, com agenda que inclui um encontro do presidente Lula com jornalistas.

O dia começou com otimismo nos mercados internacionais, enquanto investidores oscilam entre a crença em uma possível bolha de Inteligência Artificial e a aposta de que os pesados investimentos no setor valerão a pena no longo prazo.