Cesta básica no Vale do Paraíba tem estabilidade em novembro de 2025
Cesta básica estável no Vale do Paraíba em novembro

O custo da cesta básica para uma família de cinco pessoas no Vale do Paraíba praticamente não se moveu entre outubro e novembro de 2025. De acordo com o levantamento mensal do Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes) da Universidade de Taubaté (Unitau), divulgado nesta terça-feira (2), o cenário é de estabilidade, com uma variação positiva mínima de apenas 0,02%.

Estabilidade após sete meses de queda

O preço médio da cesta na região em novembro foi de R$ 2.837,15, um acréscimo de apenas R$ 0,69 em relação ao mês anterior, quando ficou em R$ 2.836,46. Segundo os pesquisadores, como o aumento foi inferior a 1%, a situação é considerada estável. Este resultado interrompe uma sequência de sete meses consecutivos de reduções nos preços médios registrados na região.

"O Vale do Paraíba identificou, em novembro de 2025, uma estabilidade no preço médio, após sete meses consecutivos de queda. Com esse resultado, a variação acumulada no ano de 2025 é de +0,43%", explicou o Nupes em nota. Os primeiros três meses do ano tiveram altas significativas, enquanto as quedas posteriores ocorreram em um ritmo mais lento.

Preços por cidade e os vilões do mês

A pesquisa é realizada em quatro municípios da região. Em novembro, os valores médios da cesta básica foram:

  • São José dos Campos: R$ 2.812,32 (alta em relação a outubro)
  • Taubaté: R$ 2.782,65 (queda em relação a outubro)
  • Caçapava: R$ 2.799,64 (queda em relação a outubro)
  • Campos do Jordão: R$ 2.954,00 (alta em relação a outubro)

O estudo também detalha os alimentos que mais subiram e os que mais caíram. O grande destaque negativo foi a batata inglesa, com um salto de 11,06% no período. Em seguida, aparecem a cebola (+10,90%) e o mamão formosa (+6,78%).

No lado positivo, o tomate liderou as reduções, com uma queda expressiva de 16,63%. A abobrinha (-12,90%) e o alho (-6,72%) também ficaram mais baratos para o consumidor.

O que explica as altas e baixas?

De acordo com a análise do Nupes, o aumento no preço da batata é um reflexo direto da entressafra do tubérculo. O mercado passa a depender de estoques, o que eleva os custos de armazenamento e logística. A oferta maior no início do segundo semestre, durante a safra, havia barateado o produto, mas agora os preços retornam à normalidade.

A alta da cebola está ligada a uma restrição sazonal da oferta somada a anomalias climáticas que prejudicaram a qualidade e o volume das colheitas. Já o mamão formosa sofreu com choques de oferta localizados, causados por fatores climáticos adversos, como calor intenso nas áreas de cultivo. Sua perecibilidade e a redução no volume colhido geraram um desequilíbrio momentâneo na cadeia de distribuição.

Os pesquisadores atribuem a estabilidade geral do índice a uma combinação de fatores: o início de movimentos de alta em alguns grupos de alimentos, a continuação da boa oferta de outros produtos agropecuários e a concorrência acirrada no setor de supermercados, com a abertura de novas lojas, principalmente em Taubaté.

Sobre a pesquisa do Nupes

O Nupes/Unitau realiza este levantamento mensal desde 1996. A cesta básica monitorada contém 44 itens de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica, calculados para uma família de cinco pessoas com poder de compra equivalente a cinco salários-mínimos (o que representava R$ 7.590,00 em janeiro de 2025). A coleta de preços é feita semanalmente em 16 supermercados dos quatro municípios pesquisados.