Decisão de Trump beneficia exportadores brasileiros
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 20 de outubro de 2025, a suspensão das tarifas de 40% que estavam sendo cobradas sobre diversos produtos brasileiros. A medida representa uma significativa mudança na política comercial americana em relação ao Brasil.
Entre os produtos beneficiados pela decisão estão carne, café, cacau, manga e açaí, itens importantes da pauta de exportações brasileiras. A suspensão terá caráter retroativo, valendo a partir do dia 13 de novembro, conforme informou a agência Reuters.
Contexto político e econômico por trás da decisão
Segundo análise da Reuters, a queda nos índices de aprovação de Trump está diretamente relacionada ao aumento dos preços dos alimentos nos Estados Unidos. A pesquisa Reuters/Ipsos mostrou que a aprovação do presidente americano atingiu o nível mais baixo desde seu retorno ao poder.
O jornal espanhol El País destacou que Trump iniciou uma "revisão de sua política comercial" após perceber que o custo de vida estava impactando sua agenda política. A questão ganhou ainda mais relevância após a vitória do socialista Zohran Mamdani como prefeito de Nova York, que usou o custo de vida como principal bandeira de campanha.
A Casa Branca vem estudando há semanas medidas para enfrentar o problema do custo de vida no país. A suspensão das tarifas sobre produtos brasileiros acontece justamente na semana em que as famílias americanas celebram o Dia de Ação de Graças, o feriado mais popular do país.
Relações Brasil-EUA e medidas anteriores
Vale ressaltar que a ordem de Trump não mencionou as ações contra autoridades brasileiras envolvidas no processo e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por golpe de Estado. Entre as medidas anteriores mais emblemáticas estava a sanção contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e sua esposa, Viviane Moraes, incluídos na Lei Global Magnitsky.
O jornal português Público destacou que Trump "se rendeu à química" que disse ter tido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando se encontraram na cúpula da ONU em Nova York. Com a suspensão das tarifas, o Brasil, que estava na liderança dos países mais punidos pelos EUA, agora integra o grupo das nações menos taxadas pelo governo norte-americano.
O presidente Lula manifestou satisfação com a decisão, classificando-a como "vitória do diálogo e do bom senso". É importante destacar que o Brasil não fez nenhuma concessão aos Estados Unidos em troca da suspensão do tarifaço.
Produtos manufaturados, como máquinas e calçados, continuam sujeitos à tarifa de 40% para exportação para os EUA, indicando que a medida de Trump tem foco específico em produtos que impactam diretamente o custo de vida das famílias americanas.
