
Numa jogada que pode sacudir os mercados internacionais, Donald Trump soltou o verbo sobre um tema que já foi seu cavalo de batalha: tarifas comerciais. Dessa vez, o alvo não é só a China — embora ela esteja bem no centro da mira —, mas qualquer país que ouse comprar petróleo da Rússia.
"Temos ferramentas poderosas", disparou o ex-presidente, com aquela retórica afiada que seus seguidores adoram. "Se querem bancar a guerra de Putin, que se preparem para pagar o preço." A frase, dita entre dentes, ecoa preocupações geopolíticas que ultrapassam fronteiras.
O xadrez geopolítico
Analistas ouvidos — sob condição de anonimato — não disfarçam o nervosismo. "É uma bomba-relógio", comenta um especialista em comércio exterior. "Trump sempre usou tarifas como arma política, mas agora o cenário é diferente."
Detalhe crucial: desde a invasão da Ucrânia, comprar petróleo russo virou tabu no Ocidente. Só que alguns gigantes asiáticos, China à frente, nunca pararam. E aí mora o perigo.
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Não é como se fossem medidas imediatas — Trump nem está no poder agora. Mas a declaração chega num momento delicado, com eleições americanas no horizonte e a economia global cambaleando.
E o Brasil nessa história?
Por aqui, os efeitos seriam indiretos, mas palpáveis. "Qualquer turbulência no comércio China-EUA nos afeta", explica um economista de São Paulo. "Somos peça importante nesse quebra-cabeça."
E tem mais: caso as tarifas vinguem, Moscou pode buscar novos compradores. "Aí vem o dilema", suspira um diplomata. "Abraçamos o petróleo barato russo ou mantemos alinhamento com o Ocidente?" Pergunta de milhões de dólares.
Enquanto isso, nos corredores de Brasília, o assunto já esquenta reuniões. Afinal, nesse jogo de xadrez energético, ninguém quer virar peão.