
Parece que o velho continente e os ianques finalmente encontraram um meio-termo. Depois de meses de bate-boca diplomático — daqueles que deixam todo mundo de cabelo em pé —, Estados Unidos e União Europeia costuraram um rascunho de acordo comercial que promete botar panos quentes numa briga que já estava esquentando demais.
E olha que não foi fácil. As negociações rolaram no maior sigilo, com direito a idas e vindas dignas de novela mexicana. "Foi como tentar fazer um elefante dançar tango", confessou um negociador europeu sob condição de anonimato — porque, convenhamos, ninguém quer levar bronca do chefe.
O que tá no papel?
O cerne do acordo — que ainda precisa passar por uns trâmites burocráticos — é simples: evitar que a briga por subsídios a setores estratégicos vire uma guerra comercial de verdade. Imagina só:
- Redução gradual de tarifas em produtos como aço e alumínio
- Limites para subsídios governamentais que distorcem a concorrência
- Criação de um fórum permanente para resolver pendengas
Não é pouca coisa. Só no ano passado, as ameaças de tarifas extras chegavam a assustar os US$ 10 bilhões. Dinheiro que, convenhamos, tá melhor no bolso do que virando pó numa briga de ego.
E o Brasil nessa história?
Aqui a coisa fica interessante. Com esse acordo, nossos exportadores podem respirar aliviados — pelo menos por enquanto. "É como se tivessem tirado o pé do acelerador de uma corrida maluca", analisa a economista Carla Mendonça, especialista em comércio exterior.
Mas tem um porém: setores como o de aço podem sentir o baque. Afinal, com EUA e UE fazendo as pazes, sobra menos espaço no mercado internacional. "Vai ter que pisar fundo na inovação", alerta o consultor Marcos Rabelo, enquanto toma seu cafézinho num boteco de São Paulo.
Enquanto isso, em Brasília, os técnicos do Itamaraty já devem estar debruçados sobre os detalhes — afinal, quando os grandes brigam, os médios é que se lascam. Ou se beneficiam. Depende do olho do furacão.