Empresas dos EUA querem escapar de tarifas sobre produtos brasileiros — entenda o jogo econômico
EUA buscam exceções em tarifas sobre produtos do Brasil

Não é de hoje que o jogo das tarifas internacionais vira um cabo de guerra entre países — e dessa vez, o Brasil está no centro da disputa. Empresas norte-americanas, aquelas que movem montanhas (e dólares), estão correndo atrás de brechas para driblar as taxas impostas a produtos brasileiros. Aço, alumínio e outros itens essenciais viraram peças num tabuleiro que mistura economia e política.

Parece que o governo Biden — sim, aquele que prometeu acabar com as "guerras tarifárias" — está sendo pressionado por gigantes industriais. E não é pouco. Segundo fontes próximas ao assunto, mais de 300 pedidos de isenção já foram protocolados. Querem alívio. Querem respirar. Afinal, ninguém aguenta pagar mais por matéria-prima, né?

O que está em jogo?

Olha só como funciona: desde 2018, os EUA aplicam tarifas de até 10% sobre alumínio e 25% sobre aço brasileiro. Na época, Trump justificou com a velha história de "segurança nacional". Agora, com a inflação corroendo lucros, as empresas decidiram que chega. Estão usando um mecanismo pouco conhecido — o "exclusion process" — para tentar escapar desses custos.

  • Aço: usado em carros, construção e até em geladeiras
  • Alumínio: essencial para latas de cerveja e peças de avião
  • Outros produtos: químicos e componentes eletrônicos também na mira

E aqui vem a ironia: enquanto o governo americano mantém as tarifas "para proteger a indústria local", as próprias empresas dos EUA dizem que precisam

E o Brasil nisso tudo?

Nos bastidores, o Itamaraty comemora discretamente. Cada isenção concedida significa mais exportações — e dólares entrando. Mas não é tão simples. Alguns analistas temem que, se muitas empresas escaparem das tarifas, o governo americano possa simplesmente... cancelar o acordo todo. Jogo arriscado.

"É como dançar na corda bamba", diz um diplomata que preferiu não se identificar. Por um lado, alívio imediato para setores estratégicos. Por outro, o risco de reações imprevisíveis de Washington — que, convenhamos, nunca foi muito fã de perder.

Enquanto isso, nas fábricas brasileiras, a esperança é que essa brecha abra portas. Afinal, num mundo pós-pandemia, todo respiro econômico vale ouro. Resta saber se os EUA vão ceder — ou se vão inventar novas regras no meio do jogo.