
Não é exagero nenhum dizer que a situação em Petrolina está, pra lá de fervendo. Sabe aquele desespero por um teto pra chamar de seu? Pois é, ele tem nome, número e endereço. A prefeitura local acaba de divulgar um dado que é, ao mesmo tempo, esperançoso e assustador: mais de 60 mil famílias já fizeram o tal do pré-cadastro para o programa Minha Casa Minha Vida.
Imagina só. Sessenta mil. Dá até tontura de pensar na fila. É gente pra encher um estádio de futebol e ainda sobrar uma multidão do lado de fora, tudo na expectativa de conseguir a chave de uma casa.
Uma Janela de Oportunidade (e uma Correria sem Fim)
O prazo, é claro, foi curto – como quase tudo que é bom por essas bandas. A prefeitura abriu as inscrições no último dia 9 e fechou a torneira ontem, dia 15. Uma semana mal contada para tentar dar conta de um sonho que muita gente cultiva há anos, quiçá uma vida inteira.
E olha, não era só preencher um papelzinho não. O processo todo foi feito online, o que é ótimo por um lado, mas também deixa de fora uma galera que não tá tão familiarizada com a tecnologia. Uma pena, né?
E Agora, José? O Que Vem Depois da Fila?
Com a fase de pré-cadastro encerrada, a bola agora está com a prefeitura. E o trabalho é brabo, viu? Eles têm que mergulhar de cabeça nesse mar de dados para validar cada uma das informações prestadas pelas milhares de famílias. É conferir documentação, cruzar dados, separar quem realmente se enquadra nos critérios do programa. Um trabalhão das antigas, minucioso e que não pode dar margem para erro.
Só depois dessa triagem – que promete ser um verdadeiro parto – é que a lista final dos sortudos (ou melhor, dos contemplados) será divulgada. Aí, sim, começa a próxima etapa: a escolha das unidades. Mas calma, que isso ainda vai demorar um bocado. Respira fundo.
O Que Isso Tudo Quer Dizer, no Fim das Contas?
Bom, pra ser sincero, esse número estratosférico de inscrições é a prova viva, e um tanto dolorida, de que a ferida da falta de moradia digna em Petrolina está longe de fechar. É um grito silencioso de uma multidão que clama por um lugar pra morar com o mínimo de conforto e segurança.
O Minha Casa Minha Vida surge, então, como uma tábua de salvação. Um programa do governo federal, mas que depende – e muito – da adesão e da gestão das prefeituras para sair do papel e se transformar em concreto, tijolo e cerâmica.
O que vai acontecer daqui pra frente? Só o tempo – e a eficiência da máquina pública – vão dizer. Mas uma coisa é certa: a esperança, assim como o sol do Sertão, continua acesa para essas milhares de famílias. Torcemos para que ela não se transforme em mais uma miragem.