Vale do Paraíba tem queda de 79% na geração de empregos em outubro
Queda de 79% em empregos no Vale do Paraíba

O Vale do Paraíba e a região bragantina enfrentaram uma desaceleração significativa no mercado de trabalho durante o mês de outubro, conforme dados oficiais divulgados pelo Ministério do Trabalho. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), revelados na quinta-feira (27), mostram um cenário preocupante para a economia regional.

Queda expressiva na comparação anual

O balanço de outubro apresentou um saldo positivo de apenas 750 empregos formais criados em toda a região. Este número representa uma queda expressiva de 79% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Em outubro de 2023, a região havia registrado a criação de 3.575 postos de trabalho com carteira assinada.

A situação se repete quando analisamos o acumulado do ano. Entre janeiro e outubro de 2024, a região contabilizou 25.953 empregos gerados, representando uma redução de 16% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram criados 30.883 postos de trabalho.

Desempenho por setores da economia

Os dados setoriais revelam uma realidade desigual entre os diferentes segmentos da economia regional. No mês de outubro, apenas dois setores conseguiram fechar com saldo positivo:

  • Serviços: 1.402 empregos criados
  • Construção civil: 46 empregos criados

Enquanto isso, três importantes setores fecharam o mês no vermelho:

  • Comércio: perdeu 426 empregos
  • Indústria: redução de 237 postos
  • Agropecuária: queda de 35 vagas

No acumulado anual, a situação é um pouco mais animadora. Apenas a agropecuária permanece com saldo negativo, tendo perdido 104 postos de trabalho desde janeiro. O setor de serviços se mantém como o principal motor da geração de empregos, com saldo positivo de 17.431 vagas formais, seguido pela indústria (4.137), construção civil (2.687) e comércio (1.802).

Cenário crítico nas principais cidades

A análise por municípios revela situações ainda mais preocupantes. São José dos Campos, a maior cidade da região, praticamente estagnou na geração de empregos em outubro, registrando um saldo positivo de apenas 7 vagas formais. A queda é dramática quando comparada ao mesmo mês de 2023, quando foram criados 1.182 empregos - uma redução de 99,4%.

Em Taubaté, a situação também preocupa, embora um pouco menos crítica. O município registrou uma queda de 89,1% na geração de empregos comparando outubro de 2024 com o mesmo mês do ano anterior. Enquanto em 2023 foram criados 110 empregos com carteira assinada, neste ano o número caiu para apenas 12.

Os dados do Caged servem como um importante termômetro para a economia regional e indicam a necessidade de políticas específicas para reverter esse quadro de desaceleração no mercado de trabalho formal.