O mercado de trabalho paraibano registrou um significativo aumento no número de empregadores e trabalhadores por conta própria entre os anos de 2023 e 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Pesquisa Nacional por Amestras de Domicílios (Pnad) mostrou um crescimento de 5,6% neste segmento no período analisado, refletindo uma mudança no panorama ocupacional do estado.
Crescimento nos números de empreendedores
Em 2023, a Paraíba contava com 462 mil trabalhadores e empregadores atuando de forma autônoma, sem vínculo empregatício formal. No ano seguinte, esse número saltou para 488 mil, demonstrando uma expansão consistente no empreendedorismo local.
Analisando especificamente os trabalhadores por conta própria, excluindo os empregadores, os números também apresentaram evolução positiva. Em 2024, o estado registrou 418 mil pessoas nesta categoria, ante 407 mil no ano anterior.
O segmento de empregadores por conta própria experimentou o crescimento mais expressivo. Os indicadores do IBGE apontaram 70 mil empregadores em 2024, representando um aumento considerável em relação aos 55 mil registrados em 2023.
Formalização em queda no estado
Um dado que chama atenção na pesquisa é a redução na taxa de formalização entre os empreendedores paraibanos. Em 2024, apenas 105 mil (21,5%) dos empregadores e trabalhadores por conta própria tinham seus negócios registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
Este porcentual representa um recuo de 1,9 ponto percentual em comparação com o ano anterior, quando a taxa de formalização era de 23,4%. Esta tendência de queda na formalização contraria a média nacional, que apresentou movimento oposto no mesmo período.
A redução na cobertura do CNPJ foi influenciada principalmente pela categoria dos empregadores, onde a taxa de formalização caiu 5,1 pontos percentuais - de 74% em 2023 para 68,9% em 2024.
Mulheres lideram na formalização
Um destaque positivo na pesquisa é o desempenho das mulheres empreendedoras na Paraíba. A distribuição por sexo revela que a participação no CNPJ é mais expressiva entre as mulheres.
Approximadamente 23% das empreendedoras paraibanas possuem seus negócios registrados, enquanto entre os homens esse índice é de 20,5%. Esta tendência se mantém tanto no cenário nordestino quanto nacional, onde as mulheres também apresentam taxas superiores de formalização.
No contexto regional do Nordeste, as taxas de formalização foram de 21,1% para mulheres e 18,3% para homens, enquanto no Brasil os porcentuais foram de 35,2% e 32,7%, respectivamente.
Perfil dos trabalhadores paraibanos
A pesquisa do IBGE também trouxe informações sobre as condições de trabalho dos empregados na Paraíba. Em 2024, a maior parte dos trabalhadores atuavam em seus próprios empreendimentos.
Do total de 1,263 milhão de empregados no estado, 49,6% (627 mil) estavam inseridos nesta categoria. Os demais trabalhadores concentravam suas atividades em locais definidos por seus empregadores.
Os dados sobre os locais de trabalho dos paraibanos em 2024 revelam:
- 12,5% (158 mil) atuavam em fazenda, sítio, granja, chácara
- 10,3% (130 mil) trabalhavam no próprio domicílio ou residência
- 4,6% (58 mil) desenvolviam atividades em veículo automotor
- 3,6% (46 mil) atuavam em via ou área pública
Estes números demonstram a diversidade do mercado de trabalho paraibano e reforçam a importância do empreendedorismo para a economia local, mesmo com os desafios na formalização dos negócios.
