O mercado de trabalho brasileiro registrou em outubro o pior desempenho da série histórica do Novo Caged, que começou em 2020. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quinta-feira (27), o país criou apenas 85.147 postos de trabalho com carteira assinada no período, resultado que ficou abaixo das expectativas dos economistas.
Desempenho abaixo do esperado
O saldo de outubro foi calculado a partir de 2.271.460 admissões e 2.186.313 desligamentos, representando uma performance inferior à projetada pela pesquisa da Reuters, que esperava uma criação líquida de 105.000 vagas. Em comparação com outubro do ano passado, quando foram gerados cerca de 131.000 empregos, o resultado atual mostra uma desaceleração significativa.
No acumulado do ano até outubro, foram abertas 1.800.650 vagas, número consideravelmente inferior ao registrado no mesmo período de 2024, que teve saldo positivo de 2.126.843 postos. Este é o terceiro pior resultado da série histórica para o acumulado anual.
Setores em alta e baixa
Dos cinco grupamentos de atividades econômicas analisados, apenas dois apresentaram saldos positivos em outubro. O setor de serviços liderou a criação de empregos, com abertura de 82.436 postos, seguido pelo comércio, que gerou 25.592 vagas.
No lado oposto, a agropecuária e a indústria registraram fechamento de vagas, com perdas de 9.917 e 10.092 postos respectivamente. Estes números foram calculados com base em dados sem ajustes, incluindo informações prestadas pelas empresas fora do prazo.
Evolução dos salários
O rendimento médio real dos trabalhadores apresentou leve alta em outubro, chegando a R$ 2.304,31. O valor representa um aumento de R$ 17,28 (0,8%) em relação a setembro, quando a média salarial era de R$ 2.287,02.
Na comparação anual, o crescimento real foi de R$ 54,45 (2,4%). O levantamento também revela disparidades significativas entre diferentes categorias de trabalhadores: os classificados como típicos tiveram salário médio de R$ 2.348,20 (1,9% acima da média geral), enquanto os não típicos receberam R$ 1.974,07 (14,7% abaixo da média nacional).
Os dados do Caged reforçam os desafios que o mercado de trabalho brasileiro enfrenta para manter o ritmo de recuperação, com setores importantes da economia ainda apresentando dificuldades para gerar novos postos de trabalho formais.