Cenário interno e externo define rumos do mercado financeiro
O mercado financeiro brasileiro inicia a sexta-feira, 28 de novembro, com atenção dividida entre indicadores domésticos e o cenário internacional. Enquanto o dólar mantém comportamento cauteloso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do país, abre seus negócios às 10h, com investidores acompanhando de perto os desenvolvimentos.
Fatores que movimentam o câmbio e as bolsas
No radar doméstico, o IBGE divulga durante a manhã os dados oficiais sobre desemprego referentes a outubro. As projeções do mercado apontam para uma leve redução na taxa, que deve ficar entre 5,5% e 5,7%, após dois trimestres consecutivos em 5,6% - o menor patamar histórico desde 2012.
A expectativa para a taxa média de desocupação em 2025 permanece em 6%, sem alterações em relação ao mês anterior, indicando estabilidade nas projeções de médio prazo.
No campo corporativo, a Petrobras apresentou seu Plano Estratégico para o período de 2026-2030, prevendo investimentos totais de US$ 109 bilhões. A estatal também projetou a distribuição de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões em dividendos ordinários, movimento que deve repercutir positivamente no desempenho do Ibovespa.
Contexto internacional e desempenho recente
O cenário externo sofre influência direta do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que reduz a liquidez global. As bolsas americanas operam em horário reduzido e encerram às 15h (horário de Brasília), o que tradicionalmente impacta o volume de negócios nos mercados brasileiros.
Os números acumulados mostram que o dólar registra queda de 0,91% na semana, 0,52% no mês e expressivos 13,40% no ano. Por outro lado, o Ibovespa acumula alta de 2,45% na semana, 6,03% no mês e 31,82% no ano, demonstrando o bom desempenho da bolsa brasileira em 2025.
Mercado de trabalho e declarações oficiais
A economia brasileira gerou 85,1 mil empregos formais em outubro, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego divulgados na quinta-feira. O resultado positivo vem de 2,27 milhões de contratações e 2,19 milhões de demissões ao longo do mês.
Entretanto, o saldo representa uma queda de 35,3% na comparação com outubro de 2024, quando foram criados aproximadamente 131,6 mil empregos com carteira assinada. No acumulado de janeiro a outubro de 2025, o país gerou 1,8 milhão de empregos formais, volume 15,3% menor que o mesmo período de 2024.
As autoridades monetárias e fiscais também estiveram em foco. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou que a instituição manterá os juros no nível e pelo tempo necessário para convergir a inflação à meta de 3%. Ele classificou a Selic de 15% ao ano como patamar restritivo adequado e não deu indícios sobre timing de afrouxamento.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a operação da Polícia Federal que mirou o Grupo Refit, alertando sobre esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo empresas abertas em Delaware, nos Estados Unidos.
Cenário global e perspectivas
Nos mercados internacionais, a Europa fechou em leve alta, com o índice STOXX 600 subindo 0,12%, sustentado pela expectativa de cortes de juros nos EUA. Na Ásia, o desempenho foi misto, com destaque para o Nikkei japonês avançando 1,23%, enquanto o setor imobiliário chinês enfrentou pressão.
Com o feriado norte-americano reduzindo o volume global, os investidores se preparam para um pregão mais técnico, onde dados locais e movimentos específicos devem ditar os rumos dos principais indicadores financeiros brasileiros até o fechamento da semana.