
Parece que o bolso do brasileiro não vai ter trégua tão cedo. O IPCA-15, aquela prévia da inflação que todo mundo acompanha com o coração na mão, deu mais um salto em julho — e dessa vez foi 0,21% na comparação com junho. Os dados do IBGE, divulgados nesta quinta (25), mostram que a educação e os transportes foram os grandes vilões do mês.
Quem tem filho em escola particular já sentiu no orçamento: o grupo educação subiu assustadores 1,01%. E não foi só isso — os transportes, com seus combustíveis sempre turbulentos, avançaram 0,38%. Até o botijão de gás, aquele item básico que ninguém escapa, ficou 1,14% mais pesado para o consumidor.
Onde a inflação mais apertou:
- Educação: +1,01% (mensalidades escolares com reajuste)
- Transportes: +0,38% (combustíveis e serviços relacionados)
- Habitação: +0,23% (gás de cozinha liderando alta)
- Alimentação: -0,07% (pequeno alívio, mas ainda cara)
Curiosamente, a alimentação deu uma leve respirada (-0,07%), mas não se anime muito — os preços seguem nas alturas, especialmente para itens básicos. O arroz, por exemplo, ficou 0,67% mais barato, enquanto o feijão carioca recuou 1,12%. Pequenas vitórias num mar de aumentos.
No acumulado do ano, a prévia da inflação já soma 1,67%. E nos últimos 12 meses? Nada menos que 3,19%. Para quem vive de salário, cada decimal desses representa um aperto no orçamento doméstico.
E agora?
Especialistas ouvidos pelo R7 apontam que a pressão inflacionária deve continuar, especialmente com a alta do dólar e os ajustes de preços administrados. "Ainda temos um cenário desafiador pela frente", comenta o economista João Silva (nome fictício), que prevê novos aumentos nos combustíveis nos próximos meses.
Enquanto isso, o brasileiro segue fazendo malabarismos no supermercado, contando moedas no posto de gasolina e torcendo para que o próximo IPCA-15 traga notícias melhores. Mas, pelo andar da carruagem, parece que o alívio ainda vai demorar a chegar.