
Parece que o governo encontrou seu atalho preferido — de novo. Pelo segundo ano consecutivo, as contas públicas estão sendo equilibradas não com o famoso "apertar o cinto", mas com uma mãozinha das chamadas receitas extraordinárias. E olha que não é pouca coisa.
Quem acompanha o noticiário econômico já sabe: cortar gastos dói, gera protestos e — convenhamos — não é exatamente popular. Então, por que não usar aquela grana que aparece quando menos se espera? Só em 2025, estamos falando de bilhões que entraram nos cofres públicos sem estarem previstos no orçamento.
Onde está o dinheiro?
Ah, a pergunta que não quer calar! Parte vem de dividendos de estatais (quando elas lucram mais do que o esperado), outra fatia surge de acordos judiciais que finalmente saem do papel, e tem ainda aqueles recursos de privatizações que engrenaram. Tudo somado, virou a tábua de salvação para bater as metas fiscais sem ter que mexer nos gastos fixos.
Mas calma lá — nem tudo são flores. Especialistas já levantam a sobrancelha: "Isso é sustentável?" Depender de dinheiro que pode ou não aparecer no ano que vem parece um jogo arriscado, não? E se um ano essas fontes secarem?
O outro lado da moeda
Do lado do governo, a defesa é clara: "Estamos cumprindo nossas obrigações sem prejudicar serviços essenciais". E de fato, saúde e educação não sofreram cortes radicais. Mas essa estratégia tem um preço — literalmente. A dívida pública continua lá, firme e forte, como aquela conta que você sabe que vai chegar, mas prefere não pensar muito nela agora.
E os mercados? Bem, alguns investidores estão com um pé atrás. "Isso parece maquiagem", ouvimos de um analista. Outros são mais pragmáticos: "Se o resultado final está dentro do combinado, o caminho é secundário".
Enquanto isso, nas ruas, a população sente pouco essa discussão técnica. O que importa mesmo é se o dinheiro do bolsa-família chega, se o posto de saúde tem remédio, se a escola do filho funciona. O resto? "Coisa de político", como diria seu Zé da vendinha.